ARTIGO IBEF

Taxa de juros: entenda como a Selic impacta a sua vida

Ela é um elemento crucial da política socioeconômica, com efeitos em todos os pontos da sociedade, afetando desde a poupança até a balança comercial

IBEF-ES

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Casal jr/ Agência Brasil
*Artigo escrito por Guilherme Bortolon Cardoso, estudante de Direito na Faculdade de Direito de Vitória – FDV, estagiário jurídico de Compliance e Tributação na Docstage, membro do IBEF Academy e do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

A taxa de juros é um dos principais instrumentos da política monetária nacional para influenciar a economia do país. No Brasil, conhecida como taxa Selic, a taxa de juros serve como referência base para temas como: inflação, empréstimo, câmbio e investimento.

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A Selic é o principal meio de intervenção do Banco Central no volume de dinheiro em circulação. 

Sendo controlada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), e regida pelo sistema de metas de inflação. O objetivo é dar estabilidade à economia e evitar o descontrole de preços, assim como ocorrido em décadas anteriores.

Nesse sentido, a queda ou o aumento na taxa Selic influencia diretamente na sua vida. Exemplos:

Inflação: para tentar manter a inflação dentro da meta, o Banco Central influencia a quantidade de dinheiro que circula na economia brasileira. A lógica é: quanto mais dinheiro no mercado, mais consumo. 

Mais dinheiro no mercado, com a mesma quantidade de produtos, acarretará na escassez dos produtos, o que, por conseguinte, levará ao aumento dos preços dos mesmos, gerando inflação.

Câmbio: a taxa Selic alta tende a atrair dinheiro estrangeiro. Ao investir seu capital aqui, os estrangeiros valorizam a moeda nacional, o que pode resultar em grandes influxos de capital externo. Esse ajuste pode contribuir para a exportação e barateamento das importações.

Poupança e Investimento: o aumento na taxa Selic influencia diretamente nas posições de renda fixa e na remuneração da poupança que se tornam mais atrativas. 

Isso pois, com a Selic mais elevada, a remuneração por ela praticada dará ao indivíduo maior retorno financeiro, fazendo com que o dinheiro que antes circulava na economia, agora, fique guardado.

Nessa esteira, o economista John Maynard Keynes desenvolveu a chamada “teoria da preferência pela liquidez”, escrita no livro Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, que defende o ajuste na taxa de juros para equilibrar a oferta x demanda pelo dinheiro.

Segundo Keynes, as pessoas têm interesse pela liquidez, ou seja, se um investimento dá pouco retorno, os indivíduos irão optar por ter o dinheiro na mão. Logo, com mais dinheiro circulando no mercado para a mesma quantidade de produtos e serviços ofertados, maior será o aumento da inflação.

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Como visto, a taxa Selic, controla não somente os índices formais da economia brasileira, mas também a economia real, ou seja, aquilo que você sente no bolso. Por isso, constantemente a famosa taxa Selic aparece nos noticiários que informam seu aumento ou sua queda.

Por fim, como visto, a taxa de juros, ou taxa Selic, é um elemento crucial da política sócio econômica, com efeitos em todos os pontos da sociedade, afetando desde a poupança do indivíduo mais simples até a balança comercial do país. 

No contexto brasileiro, onde a volatilidade da economia historicamente sempre foi muito acentuada, a política de juros assume uma relevância ainda maior, tendo sua fama justificada.

*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.