Economia

De balonismo a festas religiosas: os planos para o turismo crescer no ES

A meta é colocar o Espírito Santo e seus 836 atrativos turísticos no radar das operadoras de turismo nacional; saiba quais são as propostas

Erika Santos

Redação Folha Vitória
Foto: governo do ES/Thiago Soares/ Folha Vitória
Festival de balonismo em Pancas e Romaria dos Homens: atrações turísticas do Espírito Santo

De balonismo a festas religiosas. Criar roteiros turísticos vendáveis, inspirados nas potencialidades de cada região do Espírito Santo, e impulsionar a divulgação desses atrativos incluindo capacitação de todo o ecossistema envolvido para atrair visitantes de todo o país. Este é o propósito do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Espírito Santo (Sebrae/ES) para os próximos dois anos. 

Ao todo, estão previstos R$ 50 milhões em investimentos com recursos próprios do Sebrae/ES. A meta é colocar o Espírito Santo e seus 836 atrativos turísticos no radar das operadoras de turismo nacional.

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Atualmente, 83,3% das agências de turismo do país não operam com destinos para o Estado, segundo pesquisa da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). De um total de 23 operadoras mapeadas, 19 oferecem produtos com destino ao Espírito Santo. O plano é aumentar esse percentual em 50% até 2026.

Por trás dessa iniciativa existe a preocupação com os efeitos da Reforma Tributária recentemente aprovada pelo Congresso e que devem impactar a arrecadação do Espírito Santo. O turismo surge como alternativa para fazer a economia crescer, gerar emprego e renda, e oportunidade de desenvolvimento das regiões.

Inspiração vem de Bonito e Gramado 

Para impulsionar o turismo, o Sebrae/ES se inspira em dois exemplos nacionais: Bonito (MS) e Gramado (RS), que se destacam por receberem turistas o ano inteiro, em função da governança eficiente.

O superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, afirma que o Espírito Santo precisará desenvolver produtos e roteiros turísticos capazes de atrair turistas do Brasil. Ele citou como exemplo a Festa da Penha.

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Embora seja a terceira maior festa mariana do Brasil, não existe uma rota ou pacote que envolva a tradicional celebração realizada no Convento da Penha capaz de fazer o turista permanecer no Espírito Santo por até sete dias.

"Nós queremos fazer com que as agências busquem seus apoios, que são as operadoras, e que elas comecem a conhecer o Espírito Santo. Formatar produtos neste sentido e comercializar", disse Rigo.
Foto: Divulgação / Sebrae ES
Pedro Rigo falou dos planos do Sebrae/ES para o turismo para os próximos dois anos

Ele mencionou ainda marcos importantes do Estado que poderiam integrar um roteiro de turismo religioso, como o Santuário São José de Anchieta, a Igreja dos Reis Magos, a Igreja de São João, em Carapina, que está sendo restaurada; a Igreja de Araçatiba, também em processo de restauração; e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

"Sabemos que São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais desejam consumir o Espírito Santo. Nós já temos um alvo muito claro, de que esses produtos precisam alcançar as agências que vendem para esses públicos, mas precisamos nos preparar para isso", disse Rigo.

Outro destaque turístico mencionado pelo superintendente do Sebrae/ES é o balonismo em Pancas, onde um festival já ocorre no município. Para divulgar a atividade, pacotes para andar de balão já estão sendo vendidos por uma agência de Colatina, no Noroeste do Estado.

Para que os negócios do Estado estejam preparados para receber mais visitantes, o Sebrae/ES está investindo na capacitação dos empreendedores e na concentração de atendimentos presenciais para o setor.

Turismo de experiência em Pindobas

Rigo aposta na capacitação das empresas que atuam no turismo do Espírito Santo e também no desenvolvimento da metodologia do turismo de experiência. E o primeiro exemplo criado para atuar neste sentido é o Distrito Turístico de Pindobas, em Venda Nova do Imigrante, na região Serrana.

O projeto do complexo turístico de Pindobas contempla espaço de experiência da saga do imigrante italiano, galpão para empreendimentos criativos, área de eventos, espaço gastronômico, além de ser a nova sede para o Polo Sebrae de Turismo de Experiência. 

Foto: Divulgação / Sebrae ES
Área da fazenda Pindobas integra novo distrito turístico

A ideia é fortalecer a governança e implementar políticas públicas; realizar estudos de oportunidades de negócios e estimular investimentos; ampliar a infraestrutura de apoio ao turismo; e desenvolver a oferta de produtos de experiência no turismo.

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Segundo Rigo, atualmente existem 33 produtos turísticos de experiência no Espírito Santo e a meta é chegar a 500 até 2026.

ES tem quase 60 mil empresas ligadas ao turismo

De acordo com o Relatório de Dados do Segmento de Turismo, das 59.824 empresas ativas nesse segmento no Espírito Santo, 74,68% são microempreendedores individuais e 20,7% são microempresas. 

Entretanto, apenas 3.660 empresas estão inseridas no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo. A expectativa é aumentar esse número em 50%.

Em relação às pessoas ocupadas no setor, 80% atuam em micro e pequenas empresas, enquanto os outros 20% atuam em médias e grandes empresas.

O maior número de empreendimentos da cadeia do turismo está na região metropolitana, com 29.895 negócios, sendo a alimentação o nicho dominante – mais de 70% das empresas ativas no segmento no Estado atuam no ramo de alimentos.

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