Economia

4º Encontro Folha Business debate os impactos do Open Banking

O evento acontece na mesma data em que o Banco Central inicia a segunda fase de implantação do Open Banking no Brasil

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Vitor Machado

Um dos temas discutidos no 4º Encontro Folha Business, realizado nesta sexta-feira (13) em Vitória, foi sobre o Open Banking. O evento é reconhecido como ponto de encontro dos principais tomadores de decisão da iniciativa pública e privada e reuniu empresários e lideranças políticas, além do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Netos. 

A discussão sobre o tema ocorreu na mesma data em que o Banco Central inicia a segunda fase de implantação do Open Banking no Brasil. A partir de agora, os clientes de instituições financeiras poderão autorizar o compartilhamento de seus dados.

Com isso, a expectativa do BC é de que novos produtos e serviços possam ser oferecidos aos clientes, em condições mais favoráveis.

O painel de abertura '"Open Banking, a revolução tecnológica como alavanca para o Financial Deepining"  teve a participação de Moacy Veiga, Fundador e CEO da Kinvo; Bruno Loiola, Fundador e Chief Growth Officer da Pluggy; e Rodrigo Cury CEO do BTG+. 

A mediação foi realizada por Rogério Karp, Sócio e Head de B2C do BTG Pactual Digital.

Vitor Machado
Vitor Machado
Vitor Machado
Víctor Machado
Víctor Machado
Víctor Machado
Víctor Machado

Open Banking terá impacto positivo nos serviços bancários

Para Loiola, a chegada do novo sistema vai impactar, de forma positiva, todos os que utilizam serviços bancários. No entanto, ele acredita que os principais favorecidos serão os pequenos e médios empresários.

"Um primeiro motivo é que o pequeno empreendedor gasta muito tempo para fazer gestão financeira e o segundo será com o crédito, pois são eles que mais precisam. Vemos várias iniciativas para atender as pequenas empresas. Vai ter mais precisão com um crédito personalizado e eficiência", destacou.

O fundador da Kinvo destacou que o sistema será um divisor de águas para o ramo do investimento. 

"Os bancos tradicionais trazem poucas informações. O Open Banking começa a padronizar a entrega dos dados bancários no Brasil. Bancos tradicionais terão que evoluir o produto, abrindo espaço para mais crédito para investidor", afirmou Veiga.

O sistema, que é novidade no Brasil, já é usado há alguns anos em países europeus. Loiola acredita que o impacto do Open Banking no Brasil será mais positivo do que em outros países. 

"Brasileiro é mais disposto a compartilhar dados por melhores serviços. Há uma séria de fatores que nos deixam muito otimistas de como o Open Banking tem uma séria de impactos. Será uma briga pelos dados, que tem muito valor. É uma oportunidade para o mercado inteiro. O único perdedor será aquele que não souber fazer um bom uso de dados", disse.

Rodrigo Cury destacou que houve uma digitalização acelerada nos últimos anos, de forma especial, durante a pandemia. Para ele, o setor bancário foi um dos que mais realizou esta mudança. Com isso, o brasileiro ganha mais confiança financeira.

"O processo de inclusão financeira vai continuar e terá mais gente investindo. Ano que vem teremos eleições e poderemos ter ups e downs da bolsa. Por outro lado, o brasileiro está ganhando confiança financeira. Acho que vamos investir melhor e teremos vencedores e perdedores bancários. Alguns saberão como usar e outros não", disse.

Loiola destacou que as mudanças acontecem de forma evolutiva. Ele exemplificou a implantação do PIX, que ganhou muitos adeptos de forma imediata, mas que o Open Banking pode ser um processo mais lento.

"Acredito que as pessoas superestimam mudanças no curto prazo e subestimam a longo prazo. É um processo evolutivo. Diferente do PIX, é uma inovação incremental. Open Banking é uma mudança na infraestrutura do sistema financeiro, como base para mudanças. O Open Banking mudará o sistema financeiro assim como a internet foi para todos. Nunca imaginamos, na década de 90, pedir um táxi ou alugar um apartamento de qualquer pessoa pelo celular", exemplificou.

Para Cury, futuramente, a expectativa é que os bancos funcionem como diversos aplicativos que muitos estão acostumados a usar, conhecendo mais do usuário.

"A sensação que eu tenho é que o Spotify me conhece. Eu abro o app a qualquer momento e ele me mostra o que eu gosto de ouvir. Queremos que o banco conheça nossos dados suficientemente para trazer agilidade e dinamismo, como estes aplicativos", disse.

Assista na íntegra ao 4º Encontro Folha Business

Encontro Folha Business está em sua 4ª edição

O Encontro Folha Business é um evento que reúne lideranças econômicas, políticas e empresariais do Espírito Santo e está em sua 4ª edição.

Realizado por meio de uma parceria da Apex Partners com a Rede Vitória, o encontro terá a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dos empreendedores e empresários Paolo di Sora, Marcelo Mesquita, Cassio Bruno, Rogério Karp, Rodrigo Cury, Moacy Veiga e Bruno Loiola, e do deputado federal Felipe Rigoni.

De acordo com o empreendedor e investidor Ricardo Frizera, da coluna Mundo Business, o encontro se tornou o maior evento de negócios do Espírito Santo.

"Consolidamos um produto, que envolve um negócio grande e é onde a elite empresarial do estado se reúne para debater o futuro. Sempre trazemos de fora os principais tomadores de decisão sobre economia e política do Brasil. Não são analistas do que acontece. São convidados que fazem a economia e a política acontecerem", destacou Frizera.