Economia

Da universidade ao negócio: o papel das spin-offs na inovação

Empresas concebidas a partir dos resultados de pesquisas ou conhecimentos desenvolvidos na universidade transformaram diversos setores da sociedade

IBEF-ES

Foto: Divulgação

*Artigo escrito por Alessandro Coutinho Ramos, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão na UVV (Universidade de Vila Velha) e Líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de Inovação e Tecnologia do IBEF-ES.

Inovação e empreendedorismo estão no centro das discussões globais. No centro dessas conversas, encontramos as spin-offs acadêmicas, que segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) são empresas que foram concebidas para viabilizar um negócio a partir dos resultados de pesquisas ou conhecimentos desenvolvidos na universidade (Academia).

As spin-offs acadêmicas transformaram diversos setores da sociedade, desde saúde e educação, até tecnologia e indústria, sendo consideradas uma estratégia de inovação de impacto considerável na economia.

Para maximizar o potencial dessas empresas, precisamos levar em consideração alguns fatores:

Cultura de empreendedorismo: para incentivar a criação de spin-offs, as academias devem incentivar uma cultura de empreendedorismo. Isso implica em introduzir disciplinas de gestão, negócios e inovação no currículo acadêmico, fomentar ambientes de colaboração e promover eventos que conectem as pesquisas em andamento com potenciais investidores.

Identificação de pesquisas com potencial de inovação: o processo de transformar pesquisas em produtos inovadores começa com a identificação de projetos com elevado potencial de mercado. 

A academia precisa implementar mecanismos eficazes para identificar e proteger a propriedade intelectual, além de ajudar os pesquisadores a entenderem o valor comercial de suas descobertas.

Colaboração com a indústria: a colaboração com a indústria é um fator crucial para o sucesso das spin-offs acadêmicas. A indústria pode oferecer experiência e conhecimento comercial, acesso a redes de financiamento e uma perspectiva realista sobre a viabilidade do produto.

Financiamento adequado: é crucial estabelecer mecanismos de apoio financeiro para ajudar essas empresas em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Isso pode incluir a conexão com fundos de investimento, bem como a facilitação do acesso a outros mecanismos de financiamento.

Apoio governamental: o suporte do governo por meio de políticas de incentivo à inovação pode desempenhar um papel importante na promoção de spin-offs acadêmicas.

Nesse contexto, destaca-se que o Espírito Santo é referência no estímulo e fomento à inovação pela atuação da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI), Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (FAPES), Programa Centelha ES, SEEDES, e pela criação do FIP FUNSES 1, o maior fundo de investimento em Startups da categoria de venture capital no País.

Por fim, com a continuidade dos investimentos e do apoio adequado, as startups nascidas no ambiente acadêmico capixaba, como, por exemplo, Symbiotec, Hoope, Futurai, Lume Robotics, Jade Autism, Nanosmart e Symbios, prometem impulsionar a economia local e serem protagonistas nos próximos anos.