Mercado imobiliário: confira fatores que tornam um bairro prestigiado
O prestígio de uma região vai além da localização. Entenda como a infraestrutura, segurança e status social contribuem para a valorização e sensação de pertencimento
Como você definiria um bairro prestigiado? Seria pela localização estratégica, pela infraestrutura de alta qualidade, pela segurança ou qualidade de vida?
Para muitos, um bairro de prestígio vai além de uma posição geográfica ou coordenadas no mapa. É como se o endereço fosse um cartão de visita, um símbolo de conquistas, que trazem a sensação de orgulho e pertencimento.
Esse sentimento é comum, principalmente, entre os que moram em bairros considerados nobres, como Praia da Costa e Itaparica, em Vila Velha, ou Mata da Praia, Enseada do Suá e Praia do Canto, em Vitória.
Leia também:
> 65% dos imóveis em construção na Grande Vitória são de médio e alto padrão
> Integração de ambientes: como transformar o lar e fortalecer vínculos familiares
> Imóveis de luxo no ES atraem compradores de fora do país
Para esse grupo de pessoas, o lugar escolhido para viver é uma extensão de sua identidade, que revela muito mais sobre quem eles são e o que alcançaram.
Ao analisar a relação entre moradia e distinção social, o sociólogo Carlos Lopes explica que viver em bairros nobres, para além de todo o conforto, comodidade e segurança que eles oferecem, também é um um símbolo de prestígio, extinção e diferenciação social.
"Geralmente, as pessoas que moram nessas regiões o fazem também como uma autoafirmação pessoal e como um mecanismo de aferir e de afirmar para si e para todo o seu contexto social, cultural e econômico, de que elas conseguiram, como diz o ditado popular, 'vencer na vida'. Então morar nessas regiões é também esse elemento de distinção, diferenciação e autoafirmação social", explica.
Segundo o sociólogo, a posse de bens materiais e a escolha de moradia são usadas para afirmar status social. Ele argumenta que, entre as pessoas com maior poder aquisitivo, esses elementos são usados, inclusive, para destacar a superioridade econômica e social.
Carlos enfatiza ainda que morar em determinados lugares é uma afirmação, um mecanismo de status social, de signo, de prestígio, de poder e de condições econômicas também.
"É um elemento já comum para as pessoas que historicamente vêm de famílias mais abastadas financeiramente, mas também é um sonho e um desejo de consumo de boa parte das classes populares, quando conseguem emergir socialmente a chamada nova classe média, que tem nesse mecanismo um elemento de pertencimento e de provar para si e para os outros de que ele conseguiu", afirma o sociólogo.
Para além do status social: a conexão com o bairro
A jornalista e empreendedora Andressa Zamprogno, de 39 anos, tem uma forte conexão com a região da Praia de Itaparica, em Vila Velha, onde ela e o marido moram há 9 anos.
Quando decidiram adquirir um novo imóvel, optaram por permanecer no mesmo bairro, tornando-se "vizinhos" da antiga casa.
“Chegamos até a brincar no dia da mudança, dizendo que só precisávamos atravessar a rua. Com menos de 1 minuto, já estávamos com os nossos pertences na entrada do novo imóvel, e isso confirma o nosso desejo continuar na Praia de Itaparica, criando raízes. A ideia também é ficar perto de outros grandes empreendimentos, como o caso do Taj, que está localizado no bairro vizinho, Jockey de Itaparica”, afirma ela.
Andressa acredita que a chegada de novos empreendimentos trará ainda mais visibilidade e oportunidades de crescimento para a Praia de Itaparica.
Ela vê a região como uma excelente oportunidade de investimento, devido à sua valorização contínua e à qualidade de vida que oferece, além da localização e outros atrativos.
"Posso falar com propriedade sobre o assunto: os dois imóveis que possuo no bairro valorizaram o dobro do que paguei na época. Isso é o melhor investimento que você pode fazer. É como ver seu dinheiro se duplicar com uma garantia vitalícia", brincou ela.
Jockey de Itaparica: o novo referencial de prestígio imobiliário
A valorização imobiliária de Vila Velha, especialmente na região do Jockey de Itaparica, que fica a poucos minutos de onde Andressa mora, conforme ela citou, ilustra bem essa dinâmica de prestígio associada à moradia.
O vice-presidente de Incorporação da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi), Alessandro Torezani, afirma que o bairro tem se destacado devido à uma combinação de fatores.
Segundo ele, a facilidade de acesso e a crescente oferta de serviços e comércio de alta qualidade têm atraído um público que vê na região um potencial de nobreza, similar ao de bairros como a Praia do Canto, em Vitória, ou os Jardins, em São Paulo.
"A valorização de Vila Velha foi muito boa, mas em alguns locais ela foi excepcional. No Jockey, por conta de algumas características do bairro, isso se deu de forma mais aguçada. Nós temos ali a proximidade do shopping, que hoje é um centro de serviços, por exemplo, então são bons restaurantes, supermercados, padarias e outras lojas também de marcas consolidadas já. Além disso, nós consideramos que a grande sacada do bairro Jockey é a facilidade de acesso", explica ele.
O desenvolvimento arquitetônico da região também desempenha um papel crucial na construção desse prestígio. Edifícios de alto padrão e projetos urbanísticos diferenciados contribuem para essa percepção.
"Além da nobreza, da construção e arquitetura que está sendo imposta lá, tem a beleza natural. Então, nós estamos muito próximos à praia, uma praia lindíssima, com uma preservação muito grande. Além disso, nós temos também um parque natural que agora está definitivamente instalado ao lado, que é o Jacarenema”, explica Alessandro.
Imóveis de luxo impulsionam a valorização da região
Um dos empreendimentos de alto padrão que está em construção na região é o TAJ, primeiro home resort do Espírito Santo, considerado também a maior obra imobiliária do Estado.
Gustavo Rezende, diretor comercial, explica quais são os critérios ao escolher um bairro para construir um imóvel como ele.
"Nós estamos de frente para o mar, em um bairro novo, com uma área forte de expansão, próximo ao centro da cidade, onde a legislação nos permitia verticalizar, por exemplo, 50 andares que é a torre mais alta do TAJ. Então, dentro do conceito que nós queríamos para esse produto, esse terreno vinha a calhar, não existe outro no Espírito Santo. Estou de frente do mar, eu posso verticalizar 50 pavimentos, tenho 30 mil metros de terreno, podendo construir um verdadeiro resort, com serviço, com muito lazer, com facilities", explica Gustavo.
O diretor comercial explica ainda que a partir do momento em que o TAJ é instalado, ele carrega uma valorização ao redor do bairro. Segundo ele, os prédios, casas e terrenos no entorno já valorizaram nesse período de 30 meses pelo menos 100%.
"O lançamento veio consolidar essa região aqui do bairro Jockey de Itaparica, principalmente essa faixa de terreno que fica de frente pro mar, como produto de alto luxo, que veio para segmentar essa região do Jockey e, com isso, a valorização. Os prédios, casas e terrenos que estão em torno, já valorizaram nesse período de 30 meses pelo menos 100%", afirmou ele.
Vila Velha tem maior número de imóveis em construção
Os bairros Jockey de Itaparica e Praia de Itaparica, além de Praia da Costa, Itapuã, Centro de Vila Velha, Coqueiral de Itaparica e Residencial Coqueiral compõem a região da cidade com o maior número de empreendimentos em construção.
Segundo dados do 42º Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES), são 6.271 novas unidades.
Ainda de acordo com a pesquisa, atualmente o município é considerado o maior o maior canteiro de obras do Estado.
Apenas no segundo semestre de 2023, Vila Velha recebeu 48,9% do total de novas unidades lançadas em todo o Espírito Santo.