Qual o combustível mais econômico? Saiba como fazer o cálculo
Além da gasolina, é possível abastecer com álcool, utilizar o Gás Natural Veicular (GNV) ou, ainda, optar pelo carro elétrico
Todo motorista tem um jeito de dirigir, algumas preferências e manias, mas, com certeza, em um ponto, todos são iguais: buscar o melhor custo-benefício na hora de escolher o combustível.
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Além da gasolina, é possível abastecer com álcool, utilizar o Gás Natural Veicular (GNV) ou, ainda, optar pelo carro elétrico.
Alguns combustíveis podem ser mais econômicos do que os outros, mas tudo depende da potência do carro, de quantos quilômetros rodados e, até mesmo, da forma de dirigir.
Economizar nunca é demais. Para quem não dirige de forma profissional, pode ser que, no final das contas, não faça tanta diferença optar entre um combustível ou outro.
No entanto, para quem trabalha com os veículos, como os taxistas, motoristas de aplicativo, ou outras profissões que demande muitos quilômetros rodados por dia, é preciso escolher bem, porque cada centavo conta.
Da gasolina para o álcool
Para avaliar se vale a pena trocar a gasolina pelo álcool, os consumidores devem fazer uma conta.
Segundo o especialista automotivo, Everton Peroni, considerando um carro que ande apenas na cidade, sem fazer longas distâncias ou pegar estrada, o cálculo é o seguinte:
O valor do álcool dividido pelo valor da gasolina precisa dar uma diferença de R$ 0,6 a R$ 0,7 para valer a pena trocar de combustível.
Ou seja, se o litro do álcool custasse, nas bombas, R$ 3,89 e o da gasolina R$ 5,89, o resultado da divisão é de R$ 0,6.
Então, considerando o consumo urbano, vale a pena mudar para o álcool. Se a diferença for maior, não é vantagem para o motorista.
Veículos elétricos
Existem também os carros elétricos. Apesar de ser um mercado novo e ainda no processo de se tornar acessível ao público, este tipo de veículo pode ser uma alternativa de economia. Everton Peroni utiliza um exemplo pessoal:
"O meu carro, por exemplo, eu carreguei 30kw, deu R$ 120, o que gera uma autonomia de 295km. Em proporção, existe uma diferença de consumo de 60% a 80% do carro elétrico do que o movido a combustível. Mas, claro, temos que entender que não há eletropostos em todas as cidades, a pessoa precisa fazer um roteiro, ver o destino e se organizar, ainda não é tão simples assim", explicou.
De acordo com o especialista, um carro 1.0 tem um consumo médio em torno de 11km a 16km por litro de gasolina; já um carro 1.4, em média, 9km a 13km; de 1.6 a 2.0, em média, de 6,5km a 11km por litro.
Dos combustíveis líquidos para o gás
De acordo com a ES Gás, companhia de gás do Espírito Santo, o Gás Natural Veicular (GNV), por exemplo, já é adotado em larga escala em veículos leves, entre profissionais de transporte e pela frota pesada, como caminhões e ônibus.
Segundo a empresa, o automóvel que utiliza o GNV pode circular, no Espírito Santo, por 270 km com abastecimento de R$ 100, ou seja, R$ 0,37 por km.
José Neves é taxista há mais de 40 anos na Grande Vitória e já trabalhou em pontos bem movimentados, como a Glória, em Vila Velha e na Rodoviária de Vitória, onde trabalha atualmente. Ele usa o GNV nos veículos há 24 anos.
"Eu uso o gás veicular desde 2000. Ando mais de 100km por dia, com certeza, em outras épocas, já rodei mais, e o gás sempre compensa. Já usei todo tipo de combustível: gasolina, álcool... mas eu economizo mesmo é com o gás, até hoje vale a pena. Para o meu carro, por exemplo, eu ando 15km por metro cúbico de gás e com o ar-condicionado ligado. Na gasolina, com o ar-condicionado ligado, ando uns 12km, se o carro for econômico. A gente tem que levar isso em conta", explicou.
Vale lembrar que para usar o GNV é necessário fazer a conversão do veículo. Para os carros atuais, a instalação de um kit gás gira em torno de R$ 2,5 mil a R$ 10 mil, dependendo do veículo.
De acordo com o engenheiro mecânico Everton Peroni, a conversão é indicada para motoristas que fazem mais de 100km por dia.
"Nos carros atuais, é indicado colocar o kit de 5ª geração para veículos com injeção indireta, o que varia de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil, e para os veículos com injeção direta, usar o kit de 6ª geração, de R$ 5 mil até R$ 10 mil. É preciso entender que o motorista pode tirar esse kit e usar em outros veículos, é um investimento. A economia, no entanto, é maior para quem roda muito, mais de 100km por dia. Para quem utiliza o carro apenas para se locomover, ir do trabalho para a casa, por exemplo, não vai compensar tanto do que usar a gasolina", explicou.
No site da ES Gás, é possível fazer uma simulação para conferir, de acordo com a realidade de cada motorista, se o gás veicular será ou não mais econômico.
Na planilha de cálculos, o motorista consegue colocar os valores dos quilômetros rodados por dia, dos preços dos demais combustíveis e saber a economia mensal e anual utilizando o GNV e, ainda, a porcentagem de quanto a mais o carro vai rodar em relação à gasolina ou o álcool.
A Associação dos Motoristas de Aplicativo do Espírito Santo (Amapes) informou também que a grande preferência dos motoristas de aplicativo é utilizar o gás veicular, que gera uma economia de cerca de 40% sobre os combustíveis líquidos e é ainda mais econômico em relação ao álcool.
Seguindo a planilha acima, com R$ 50 de abastecimento, o veículo anda, com o GNV, quase 139 km, 51% a mais do que andaria com a gasolina, por exemplo, que configurou 91,45km com o mesmo valor. A economia é ainda maior em comparação com o etanol, com 72,62km.
A utilização do GNV é uma tendência no Brasil e no Espírito Santo, principalmente para quem trabalha com os veículos.
Segundo o relatório da ES Gás, o Brasil tem a quarta maior frota mundial de veículos leves movidos a GNV, totalizando 2,5 milhões de automóveis.
No Espírito Santo, são 43,5 mil veículos com o kit gás, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
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