Economia

Saiba como a inadimplência das famílias no ES diminuiu em julho

O levantamento destacou que o cartão de crédito é a principal ferramenta de endividamento, seguido por crédito pessoal, carnês e financiamento habitacional

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

A inadimplência das famílias no Espirito Santo registrou uma queda em julho, após dois meses de aumento impulsionado pelas compras do Dia das Mães e Dia dos Namorados. O índice de inadimplentes caiu de 36,3% para 35,7%, enquanto o número de lares que não conseguirão pagar suas dívidas atrasadas também diminuiu, de 19,3% para 18,6%. 

O percentual de famílias endividadas, ou seja, aquelas com compromissos financeiros pendentes, permaneceu estável em 90,6%.

LEIA TAMBÉM:

>>Comércio e serviços criam mais de 2 mil empregos em junho no ES

>>Startup capixaba Foozi promete economia para restaurantes e busca investimento de R$ 2 milhões

>>Mentalidade e visão estratégica para empresas familiares

Esses dados são parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), analisados pela Assessoria Econômica da Fecomércio-ES, através da Equipe Connect.

Comparando os números de julho de 2024 com o mesmo mês de 2023, houve um aumento de 2,2% no número de famílias endividadas. 

Em contrapartida, a inadimplência, que indica contas em atraso, recuou 2,9%. A quantidade de lares sem condições de pagar dívidas atrasadas também registrou uma queda significativa de 3,1%.

Cartão de crédito lidera endividamento

O levantamento destacou ainda que o cartão de crédito é a principal ferramenta de endividamento, presente em 88,7% dos lares capixabas, seguido por crédito pessoal (10%), carnês (6,7%), financiamento habitacional (6,6%), financiamento de veículos (5,9%) e crédito consignado (6,3%).

Em julho, as famílias que assumiram novas dívidas comprometeram suas rendas pelos próximos seis meses e meio, destinando 28,4% do orçamento familiar ao pagamento dessas obrigações. Entre os inadimplentes, o atraso médio no pagamento das dívidas foi de 71,9 dias.

O perfil de endividamento por faixa de renda revelou que as famílias com rendimentos até 10 salários mínimos (R$ 14.120) enfrentam maiores dificuldades para honrar suas dívidas, apresentando o maior nível de inadimplência. 

Apesar disso, essa faixa registrou uma queda de 0,7% na inadimplência em relação ao mês anterior. Em contrapartida, para famílias com renda acima de 10 salários mínimos, houve um aumento de 0,5% na inadimplência em julho.

As pesquisadoras Ana Carolina Júlio e Revieni Zanotelli, do Eixo Observa do Connect Fecomércio-ES, destacaram que, apesar da queda na inadimplência, o nível de endividamento ainda é alto, o que acende um alerta para uma possível inadimplência futura, especialmente com a aproximação do período natalino, o mais aquecido para o comércio.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso canal do Telegram!

Por outro lado, o recuo na inadimplência e a menor proporção da renda comprometida com dívidas indicam que, até o momento, as condições financeiras dos consumidores capixabas não sofreram deterioração significativa.

“Ao avaliar em relação ao Brasil, vale lembrar que o endividamento recuou 0,3%, passando para 78,5%. A inadimplência do país ficou estável em relação ao mês anterior, em 28,8%. Em julho, 15 das 27 unidades da federação apresentaram percentual de endividamento acima do resultado nacional, sendo o Espírito Santo com o segundo maior nível, marcando 90,6%. Para a inadimplência, foram 16 estados acima da média nacional de 28,8%, sendo o indicador capixaba o 10º do ranking (35,7%)", ressaltou Ana Carolina Júlio.
Pontos moeda