Economia

Navio-plataforma de petróleo é interditado por risco de vazamento no litoral do ES

O navio-plataforma é afretado pela Petrobras para produção de petróleo no Campo de Golfinho, no litoral do Espírito Santo

Foto: Divulgação Marinha do Brasil
Foto: Divulgação Marinha do Brasil
Foto: Divulgação Marinha do Brasil

Um dos navios-plataforma de petróleo que opera no litoral do Espírito Santo foi interditado devido à presença de irregularidades

Entre as irregularidades encontradas estão vazamento de gás, risco de explosão, detectores funcionando inadequadamente, população abordo acima do previsto, vazamento nas tubulações de combate a incêndio.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) iniciou, em 30 de maio, a auditoria no FPSO Cidade de Vitória, navio-plataforma afretada da Saipem.

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O navio-plataforma é afretado pela Petrobras para produção de petróleo no Campo de Golfinho. Em nota, a estatal disse que durante a auditoria optou por parar preventivamente a produção no navio-plataforma para a conclusão das atividades de manutenção, antes da emissão do relatório final do órgão regulador.

O diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), Etory Sperandio, considera que as irregularidades encontradas são extremamente graves, pois oferecem risco de acidente e a integridade da plataforma e dos trabalhadores.

“É extremamente grave o risco de acidente. Entramos com uma ação no Ministério Público do Trabalho para que se verifique as condições no navio-plataforma”, frisou.

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A Petrobras destacou que realiza suas atividades de acordo com os mais rigorosos padrões internacionais de segurança. 

“A companhia reforça que, até a paralisação da plataforma, operava conforme os estudos de riscos da afretadora no que diz respeito à sensibilidade de detecção de vazamentos”.

Ainda de acordo com informações divulgadas pela estatal, o navio-plataforma produzia em média 10 mil barris de petróleo por dia. A Petrobras disse que o FPSO Cidade de Vitória está parado na sua locação original no campo de Golfinho e a previsão é de que a produção retorne até o final do ano.

Navio-petróleo e campo estão em negociação de venda

A Petrobras destacou que, conforme comunicado ao mercado, o Campo de Golfinho está em processo de desinvestimento. O contrato foi assinado em 24 de junho de 2022.

O Sindipetro-ES destacou que, além do campo, o navio-petróleo também está em negociação. A embarcação, que pertence a Saipem, será vendido para a BW Offshore. A empresa era a responsável pelo navio-plataforma que explodiu no litoral de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, em 2015.

Explosão em navio-plataforma no Norte do ES deixou nove mortos em 2015

Em fevereiro de 2015, uma explosão no navio-plataforma Cidade de São Mateus, que fica na Bacia do Espírito Santo, deixou nove mortos e 26 feridos.

A explosão ocorreu por volta das 12h50 do dia 11, na sala de bombas da plataforma, que produz petróleo nos campos de Camurupim e Camurupim Norte. O acidente é considerado uma das maiores tragédias em plataformas da Petrobras.

O inquérito da Polícia Federal que apurava o ocorrido foi concluído em dezembro de 2015. O laudo apontou “delito de homicídio” e indiciou funcionários da empresa BW Offshore, responsável pela plataforma.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
Produtor web
Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.