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PIB do Brasil: entenda como ele reflete a saúde econômica do país

O PIB deve ser interpretado com cuidado. Somente assim se pode ter uma visão clara e precisa da verdadeira situação econômica de um país

IBEF-ES

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
*Artigo escrito por Hugo Paradella Albertino, economista, especialista em finanças corporativas e membro do Ibef Academy e do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do Ibef-ES.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu R$ 10,9 trilhões em 2023, um crescimento de 2,9% frente ao ano de 2022. 

Esta informação indica que a economia brasileira como um todo cresceu de um ano para o outro. 

Em uma primeira análise, pode-se concluir que, quanto maior for o PIB, mais aquecida estará a economia nacional. 

E quando há queda ou desaceleração neste indicador, sinais preocupantes podem surgir, uma vez que o país pode entrar em recessão econômica. 

Em função disso, os economistas e demais agentes do mercado costumam dizer que o PIB funciona como um termômetro da economia de um país.

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O PIB corresponde ao somatório de todos os bens e serviços produzidos dentro de um território em um determinado período. 

Seu cálculo é realizado sempre em moeda local; portanto, o PIB do Brasil é calculado em reais.

Existem convenções internacionais para o cálculo deste indicador, e é muito comum para efeito de comparação com outros países que se converta o resultado do cálculo em dólar. 

Contudo, o principal objetivo da análise dos resultados do PIB é avaliar a variação percentual de um período para o outro.

No Brasil, o cálculo deste indicador é feito pelo IBGE com frequência trimestral. Existem três formas de se chegar ao mesmo resultado do PIB, a primeira delas, e que por sinal é a maneira utilizada pelo IBGE, é pela demanda. 

Nesta metodologia, soma-se tudo o que foi consumido pelas famílias, o investimento feito pelas empresas e o quanto foi gasto pelo governo. A segunda maneira de se calcular é pela renda. 

Neste formato, é avaliado como o valor adicionado de riqueza foi distribuído entre os setores da economia, como o salário pago ao trabalhador e a renda gerada por outros fatores de produção, a exemplo de aluguéis, lucros, juros ou royalties. 

Por fim, a terceira forma de cálculo é pela oferta. Neste caso, realiza-se o somatório do que é produzido nos três setores da economia: agropecuário, industrial e de serviços. 

Vale destacar que o cálculo deste indicador não leva em consideração os estoques de itens de um país, mas sim o volume de produção de bens e serviços em determinado período. 

Para se entender melhor o conceito de PIB, destaca-se a definição trazida pelo professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marco Antônio Rocha. Segundo Marcos, a riqueza é um estoque de valor dado, no qual o PIB seria o quanto de riqueza foi adicionado a esse estoque.

É importante lembrar que, embora o PIB seja uma ferramenta valiosa para medir o desempenho econômico, ele não captura todos os aspectos da economia, como a distribuição de renda e a qualidade de vida. 

Por este motivo, ele deve ser interpretado com cuidado e aliado a outros importantes indicadores. Somente assim se pode ter uma visão clara e precisa da verdadeira situação econômica de um país e planejar ações estratégicas que promovam um crescimento sustentável.

*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo