Economia

Projeto ajuda a melhorar a genética de rebanho leiteiro no ES

Iniciativa utiliza inseminação artificial para gerar bezerras com alto potencial produtivo em diversas regiões do Espírito Santo

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/ Governo do ES

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está impulsionando a produção leiteira no Espírito Santo por meio de um projeto de inseminação artificial que visa à melhoria genética dos rebanhos bovinos. 

Com o objetivo de multiplicar as melhores matrizes leiteiras em propriedades rurais que adotam boas práticas de manejo, o projeto já resultou no nascimento de bezerras com potencial produtivo superior ao das gerações anteriores.

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Na propriedade de Oldair José Fiorini, em Castelo, no Sul do Estado, oito bezerras nasceram entre maio e junho de 2024, fruto da inseminação artificial promovida pelo Incaper. Fiorini destaca a expectativa de que essas novas vacas aumentem a produção de leite e, consequentemente, a rentabilidade de sua propriedade. 

“Nossa expectativa é de melhorar o gado, de ter vacas de boa produção, para aumentar nossa rentabilidade”, afirma.

O extensionista do Incaper, Laélio Scolforo, que acompanha o projeto na região, ressalta os benefícios que vão além da quantidade de leite produzida. 

“Não é só produzir muito leite. São animais com boa conformação corporal e de úbere”, frisa Scolforo, enfatizando a qualidade dos animais gerados por meio da inseminação.

No extremo norte do Estado, no município de Mucurici, o pecuarista Klaus Almeida também celebra os resultados da iniciativa. Entre março e maio de 2024, 18 bezerras nasceram em sua propriedade, e outras sete estão previstas para setembro. “São animais precoces, grandes e mamam bem. 

A experiência com a inseminação foi muito boa. Acredito que vai melhorar muito o meu rebanho e, consequentemente, aumentar a produção de leite”, avalia Almeida, com otimismo em relação ao futuro de sua produção.

Felipe Neves, extensionista do Incaper responsável pela região, destaca que a longo prazo, o rebanho como um todo se beneficiará do melhoramento genético.

 “Características genéticas produtivas melhoradas levam a ciclos produtivos mais eficientes, com menores intervalos entre partos e maior produtividade em leite. Além disso, um rebanho adaptado à condição local é mais resiliente às mudanças sazonais no clima e aos desafios de manejo, o que favorece uma produção mais estável e sustentável”, explica Neves.

No Caparaó, em Guaçuí, o pecuarista Rogério Peixoto observa com satisfação o crescimento de duas bezerras nascidas há nove meses. Assistido pela extensionista Lorena Ribeiro, Peixoto segue as orientações de manejo específicas para garantir que as bezerras atinjam seu máximo potencial produtivo. 

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“Animais jovens devem ser muito bem manejados em aspectos como colostragem, nutrição e controle de doenças, para garantir um crescimento saudável e eficiente, que resultará em vacas leiteiras de alto rendimento”, destaca Ribeiro.

O projeto “Implementação de política pública de Estado para melhoria do potencial genético do rebanho bovino leiteiro capixaba” já beneficiou 104 pecuaristas em diversas regiões do Espírito Santo, com a distribuição de 4.779 doses de sêmen de touros das raças Gir Leiteiro, Girolando e Holandês. 

A iniciativa, que é parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cadeia do Leite no Espírito Santo, busca equilibrar a alta produção de leite com a adaptabilidade ambiental, rusticidade e longevidade dos animais.

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Bernardo Lima, coordenador de produção animal do Incaper, destaca que o projeto vai além da inseminação artificial, promovendo a transferência de tecnologia e capacitação dos produtores rurais. 

“A inseminação artificial realizada com foco na reposição das matrizes leiteiras possibilita agregar qualidade aos animais, com bons ganhos em produtividade e renda. Isso é fundamental para o desenvolvimento sustentável da pecuária bovina e para melhorar a qualidade de vida das famílias rurais, que se sustentam com essa importante atividade”, ressalta Lima.

A iniciativa, fruto de cooperação técnica entre o Incaper e a Fundação de Desenvolvimento e Inovação Agro Socioambiental do Espírito Santo (Fundagres Inovar), com recursos da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), continua em expansão, e mais produtores serão beneficiados ainda em 2024.