Os aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) agora têm à sua disposição uma ferramenta valiosa para tomar decisões financeiras mais informadas.
O site e o aplicativo “Meu INSS” permitem que esses beneficiários consultem as taxas de juros oferecidas pelos bancos para empréstimos consignados, bem como para outros serviços relacionados.
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A nova funcionalidade possibilita que os segurados façam comparações e, se desejarem, realizem a portabilidade de seus empréstimos, buscando as condições mais favoráveis.
O INSS estendeu essa medida para abranger não apenas os empréstimos consignados, mas também o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e consultas sobre encargos relacionados a empréstimos consignados, cartões de crédito consignados e cartões consignados de benefícios.
Os segurados podem acessar as informações diretamente pelo aplicativo ou site Meu INSS, selecionando o serviço “extrato de empréstimos” e a opção “instituições e taxas”. Lá, os juros são apresentados de forma clara, permitindo que o segurado identifique qual opção é mais vantajosa antes de tomar qualquer decisão relacionada a empréstimos.
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Além das taxas de juros mensais e anuais, os segurados podem verificar a data do primeiro desconto, o Custo Efetivo Total (CET) mensal e anual, o valor referente à dívida do cliente (saldo devedor original) em casos de portabilidade ou refinanciamento, o valor do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) relacionado à operação e informações diárias sobre as taxas de juros para novos empréstimos pessoais consignados, cartões de crédito consignados e cartões consignados de benefícios. Além disso, os segurados têm acesso ao número de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou Central de Atendimento ao Consumidor (CAC).
Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec, aconselha cautela na tomada de decisões financeiras e recomenda pesquisa prévia antes de contratar qualquer modalidade de empréstimo. O risco de aumentar o nível de endividamento é significativo, especialmente considerando os prazos de até 84 meses para pagamento da dívida, que podem comprometer 35% da renda no caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e 45% para aposentados e pensionistas.
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Briga destaca que o crédito deve ser usado com parcimônia, principalmente para situações de urgência. Ele sugere que, ao aproveitar as taxas de juros mais baixas oferecidas pelo empréstimo consignado do INSS, os beneficiários também considerem liquidar dívidas com juros mais altos, como as do cheque especial e do cartão de crédito.
VEJA CUIDADOS AO CONTRATAR CRÉDITO CONSIGNADO
Avalie sua situação financeira
A primeira pergunta a se fazer antes de contratar um empréstimo é: posso comprometer minha renda pessoal com esse valor mensal? Isso porque pegar o crédito pode ser fácil, mas se livrar dele não é tão simples. Coloque na ponta do lápis o gasto com aluguel (se for o caso), contas de energia, telefone, água e gás; supermercado, despesas semanais, como padaria e feira, por exemplo; transporte, educação, saúde. Depois de tudo anotado, veja se o valor da parcela do consignado vai caber no orçamento doméstico.
Reduza os gastos
O principal objetivo de tomar um empréstimo, muitas vezes, é resolver um problema ou sair de uma situação financeiramente complicada. Fique alerta: se o empréstimo consignado comprometeu 15% da renda, o segurado ou beneficiário terá que reestruturar os demais gastos, para ficarem abaixo de 85% do valor total recebido mensalmente, para não comprometer 100% da renda mensal. Só assim é possível evitar se tornar inadimplente e conseguir melhorar sua situação financeira atual.
Decida o prazo para pagamento que cabe no bolso
Pense no valor mensal das parcelas. Escolher o prazo adequado é fundamental para não se comprometer com parcelas maiores do que se pode realmente arcar. Aposentados e pensionistas do INSS e beneficiários do BPC podem pagar o empréstimo consignado em até 84 meses. É preciso lembrar, no entanto, que quanto maior o prazo, menor será o valor da parcela. Mas vale ficar atento à variação das taxas para não comprometer a renda com um valor de empréstimo além do que é necessário.
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Busque informações sobre a instituição
Saber o que os consumidores pensam e falam sobre o banco ou instituição financeira que pretende contratar também pode ajudar a tomar uma decisão mais segura. Algumas fontes para pesquisar sobre a instituição bancária: Banco Central (para ver se ela tem autorização para oferecer o empréstimo); site de reclamações, como ReclameAqui; redes sociais, como o LinkedIn, Facebook e Instagram.
Não assine o contrato sem ler
Outro cuidado que você deve tomar: nenhuma instituição financeira pode contratar o crédito consignado por telefone. Sempre deve haver um contrato escrito e a assinatura do consumidor. Mesmo assim, sempre confira o contrato e analise todas as cláusulas. Se necessário, conte com ajuda profissional, pois é esse documento que dita todas as regras do empréstimo. Aqui, verifique taxa de juros, dados da conta, número de parcelas, se há multas e quando elas são cobradas etc. Jamais assine um contrato em branco. Esta não é uma prática adotada por instituições financeiras e pode ser um forte indício de golpe.
Não pague para garantir o crédito
Lembre-se de que, para fazer simulações ou garantir a contratação, não é preciso pagar nenhum valor de forma adiantada. Tudo isso deve estar incluso no custo do empréstimo, sem adiantamentos. Essa cobrança antecipada é proibida e, sempre que você se deparar com ela, deve denunciar ao Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) responsável. Assim, se você receber qualquer oferta de crédito consignado, veja quais são os custos e não adiante nenhum valor.
Cuidado com valores baixos
Fuja de ofertas muito abaixo do mercado: tenha cuidado com ofertas de crédito que praticam valores muito abaixo da média de mercado. Ofertas com vantagens milagrosas podem esconder algumas armadilhas e causar prejuízos.
Cautela nas ligações
Cuidado com as abordagens das financeiras, sobretudo pelo celular, oferecendo o consignado. Elas enfatizam o valor a ser liberado, mas não dão ênfase aos juros cobrados e sempre dizem que a parcela a descontar é pequena e suave.
‘Troca de dívida’
Tem consignado que a partir de um determinado tempo de pagamento costuma levar à abordagem do banco ao segurado para “trocar” a operação, liberando um novo valor e aumentando um “pouquinho” o valor do desconto. Na verdade, o segurado pega um novo consignado, paga o anterior, recebe a diferença, e começa a pagar do zero a nova operação, renovando o prazo.
Pesquise juros e taxas
Não aceite a primeira oferta de empréstimo, os aposentados e pensionistas são ótimos devedores porque não são demitidos, há disputa no mercado por essa parcela de clientes. Faça pesquisa e compare as propostas para decidir a que melhor lhe atende.
*Com informações do Portal R7.