ES é um dos estados com a maior rotatividade de mão de obra no Brasil
Na construção civil, taxa de rotatividade no Brasil chega a 65,66% e fica bem acima o apurado para toda a economia brasileira (34,74%)
A taxa de rotatividade de mão de obra supera o patamar de 40% em três estados do Brasil: Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo. E é menor no Distrito Federal (28,47%) por causa da participação relevante do setor público no emprego.
“Estados como Mato Grosso e Goiás têm uma rotatividade acima da média nacional. E isso está associado ao setor da agropecuária”, afirma Lucas Assis, economista da Consultoria Tendências e autor do levantamento.
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“A proporção dos setores econômicos distribuídos pelo território nacional influencia nessas taxas de rotatividade dos Estados”, acrescenta.
O setor da construção civil é o que apresenta a maior rotatividade de mão de obra no Brasil. Nos 12 meses até agosto, a taxa foi de 65,66%, de acordo com o levantamento da consultoria Tendências. É um número bem maior do que o apurado para toda a economia brasileira (34,74%).
“No setor da construção, a rotatividade é maior porque há um número elevado de postos temporários”, diz Assis.
O levantamento da consultoria considera os dados de setembro de 2023 a agosto deste ano do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apura o emprego com carteira de trabalho assinada em todo o País.
A segunda maior rotatividade foi observada na agricultura (50,57%), também marcada por uma mão de obra temporária. Na sequência, apareceram os setores de comércio (35,39%) e serviços (32,05%).
Grande empregador, o setor de serviços tem cenários distintos de mudança de emprego quando é analisado em detalhe. Em serviços domésticos, a rotatividade é de 60%. Mas é de 17,4% na administração pública.
No Brasil, a troca de trabalho sempre foi elevada. E é pró cíclica. Ou seja, aumenta nos momentos em que emprego está forte – como é o cenário atual. A elevada rotatividade dos profissionais resulta num custo em diversas dimensões. Para as empresas, significa que anos de conhecimentos sobre a rotina da companhia foram embora no momento do desligamento do trabalhador. Numa ótica mais ampla, a economia brasileira perde em produtividade.
“Um desligamento pode custar até 1,5 vez o salário anual de um funcionário”, explica o diretor da empresa de recrutamento Robert Half, Lucas Nogueira. Segundo ele, mesmo quando há o pedido de demissão por parte do empregado, a empresa terá, por exemplo, o custo de um novo processo de seleção e recrutamento e o pagamento de horas extras para quem fica e tem de fazer o trabalho a mais.
“Há um custo financeiro envolvido nesse processo”, diz o executivo.
As 7 profissões mais procuradas pelas empresas no ES
No Espírito Santo, há profissões que se tornam cada vez mais escassas quando o assunto é a busca por profissionais. A falta de determinados profissionais se dá por vários fatores: falta de qualificação, oferta incompatível de salários e especializações, e o próprio desinteresse de jovens da geração Z em um cargo de carteira assinada.
Isso faz com que exista um gargalo de contratações de profissionais. E sete ocupações se destacam em meio à dificuldade para encontrar pessoal.
Profissões mais procuradas pelas empresas no ES:
1) Área comercial estratégica
2) Marketing
3 Vendas
4) Garçons
5) Logística
6) Gestão de pessoas
7) Serviço ao cliente
Exigências incompatíveis com salários ofertados
Quando o assunto é a contratação de mão de obra qualificada, muitas empresas esbarram em um problema significativo: uma oferta salarial incompatível com as atribuições e requisitos para um cargo.
É muito comum que empresas exijam alta especialização de seus futuros funcionários, o que acaba não se tornando uma proposta financeira atrativa o suficiente para conquistar os profissionais que de fato preencham essas qualidades.
"O que acontece é que muitas vezes não há um salário compatível com as exigências. A maioria dos empregadores fala que não tem profissionais capacitados, mas quando o encontram, a oferta de salário não é atraente", explica a especialista em Recursos Humanos, Roberta Kato.
Segundo ela, esse é um dos motivos que costuma afastar profissionais de cargos em áreas de logística na indústria.
"O empregador muitas vezes impõe: quero um profissional que seja bilíngue, que tenha MBA e na hora de remunerar, os salários são R$ 3 mil, R$ 4 mil. Isso acaba afastando essa mão de obra qualificada, porque simplesmente esse vencimento não é compatível com o que é exigido desse funcionário", disse.