Economia

Horasis Global Meeting: ES pode se tornar centro global de ESG

Evento que reuniu personalidades internacionais foi o primeiro realizado na América Latina e colocou o Espírito Santo como capital do ESG no Brasil

Edu Kopernick

Redação Folha Vitória
Foto: Edu Kopernick/Rede Vitória
Plenária “Promover a unidade sul-americana” do Horasis Global Meeting

O Espírito Santo é o melhor lugar para ser um centro global de ESG. É a afirmação do organizador do Horasis Global Meeting, Frank Richter. Ele acredita que este foi apenas o primeiro evento em solo capixaba e mais uma vez ele exaltou a capacidade do Estado de receber o evento que trata de um tema tão atual e importante como o ESG.

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“Ficamos encantados em sediar a reunião global da Horasis aqui a convite do governador Casagrande. Acho que foi um grande sucesso, com cerca de 400 palestrantes de todo o mundo. O mundo inteiro está aqui. E, você sabe, ficaríamos felizes em nos envolver mais com o estado, fazer mais, e ter algo mais permanente aqui. Talvez sediar a reunião global da Horasis anualmente, algo que discutiremos com o governador para ver se é de interesse. Aqui pode ser um centro de diálogo global, onde líderes globais vêm todo ano. O Espírito Santo é o lugar certo", disse.
Foto: Edu Kopernick/Rede Vitória
Frank Richter acena para o governador Renato Casagrande

O governador Renato Casagrande afirmou que ainda é cedo para cravar o Horasis como fixo aqui, todo ano, mas que já há conversas adiantadas sobre o tema e o Espírito Santo está aberto. 

“Eventos assim promovem o Estado e mostram o Espírito Santo para o mundo. Agora a gente precisa sentar com calma e fazer um balanço de tudo que aconteceu durante o evento para sabermos quais passos vamos dar daqui para frente. Foi um grande evento e acho que cumprimos bem nossa missão”, disse Casagrande.

Outro que pretende fixar bases no Espírito Santo é Paul Clements-Hunt, apontado como o criador do termo ESG. Ele afirmou que fundos ao redor do mundo têm muitos recursos e procuram oportunidades de investimento, principalmente em questões relacionadas ao meio ambiente, à governança e ao social. 

E com a segurança jurídica e organização do Espírito Santo, aqui seria o local ideal para criar as bases de um centro global de discussão e geração de negócios.

“O Estado é politicamente estável, tem uma visão ESG, tem um plano de 500 anos, e a comunidade empresarial aqui é muito empreendedora. Vocês têm grandes empresas, como a ArcelorMittal, a Imetame, o Porto Central e o café, então é um Estado economicamente vibrante. E também não é enorme em termos de população, então achamos que podemos fazer do Espírito Santo um modelo não só para outros estados no Brasil, mas também, o que é importante, para outras províncias ao redor do mundo."

Clements também falou sobre a possibilidade de geração de negócios no Espírito Santo e como o Estado pode aproveitar investimentos internacionais para dar um salto ainda maior de qualidade.

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Paul Clements durante sua participação no Horasis Global Meeting

“Alguns dos maiores fundos do mundo, os Fundos Soberanos, controlam U$12 trilhões. Eles estão buscando infraestrutura alinhada com o clima, projetos de energia renovável em grande escala, portos que demonstrem compromisso com ESG. Então, há uma série de coisas realmente positivas acontecendo nos negócios."

E completou: "As empresas realmente inteligentes, sejam públicas ou privadas, terão conselhos que começam a entender que existem novos riscos com políticas que são riscos reais, tanto ambientais quanto de desigualdade social, e precisamos de uma governança correta. Quando fazem isso, elas abrem uma série de novas oportunidades. Não se trata mais de abraçar árvores, certo? Trata-se de negócios”.

Na briga por ligação com o Pacífico

Durante a plenária “Promover a unidade sul-americana”, o ex-vice-presidente do Paraguai, Luis Castiglioni, citou a importância do investimento privado para alavancar obras de infraestrutura nos países da América do Sul. 

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Luis Castiglioni, ex-vice-presidente do Paraguai

Ele citou o crescimento econômico paraguaio nos últimos 20 anos, graças, segundo ele, à desburocratização e à injeção de capital privado na economia. 

Para Castiglioni não conhecia a estrutura logística do Espírito Santo e, ao conhecer, afirmou que pode ser uma alternativa de ligação entre a costa do Pacífico no Chile, à costa do Atlântico aqui no Brasil.

“Realmente fiquei impressionado com a apresentação à qual tive acesso e parabenizei o governador. Estão fazendo um investimento impressionante e acho que é o caminho: um porto para todo tipo de navio, grandes, médios e pequenos. Estou conhecendo esse projeto agora, não o conhecia antes, mas agora sim estou realmente conhecendo. É definitivamente uma possibilidade de conexão com o Pacífico”, disse.

Táxi voador chegando

O presidente da Câmara de Comércio Brasil China, Charles Tang, participou do Horasis como palestrante e afirmou ter recomendado o Espírito Santo para a instalação de cinco empresas chinesas. 

“Por causa dos benefícios da Sudene e dos portos. Em Aracruz, por exemplo, está sendo construído um grande porto. Tendo Sudene, porto, infraestrutura, eu estou recomendando uma fábrica de ônibus elétricos, uma de caminhões elétricos. E também porque, geograficamente, o Espírito Santo está perto de Minas, São Paulo, Rio, Salvador e os principais mercados”, afirmou.

Tang também disse que recomendou o Estado a uma empresa de veículos que nasceu como companhia de tecnologia. “Um deles não nasceu como fábrica de automóveis, nasceu como empresa de high-tech. Além de fabricar carros elétricos, eles têm o “Driverless”, carros sem motorista, e tem também o táxi voador”, afirmou.

O Horasis Global Meeting de Vitória, Construir Pontes para o Futuro, o primeiro realizado na América Latina, recebeu mais de 1,3 mil lideranças globais, de 37 países, estiveram conectadas durante os três dias do evento, um dos maiores fóruns mundiais de ESG, inovação, sustentabilidade e governança. 

O encontro colocou o Espírito Santo como a capital do ESG no Brasil e serviu de ponte para projetos futuros.