Horasis Global Meeting: "Mudanças climáticas vão afetar com mais força os países pobres"
Declaração é da ex-presidente do Equador, palestrante no evento referência mundial na criação de soluções inovadoras para desafios globais; encontro segue até domingo (27) em Vitória
Com debates sobre ESG, mudanças climáticas e o futuro da economia mundial, o Horasis Global Meeting começou nesta sexta-feira (25), em Vitória, reunindo empreendedores de renome mundial, ministros e representantes de importantes organizações civis.
A Cidade da Inovação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Jardim da Penha, foi o local escolhido para sediar a edição inédita do encontro na América Latina, que segue até domingo (27).
A ex-presidente do Equador e uma das palestrantes, Roalía Arteaga, participou da plenária "Estabelecendo Pontes para a Paz Global", uma das principais do primeiro dia do Horasis Global Meetings.
Para ela, experiências em eventos regionais podem ajudar na elaboração de soluções globais.
“Nós, às vezes, falamos das coisas que acontecem no mundo e não vemos o que acontece localmente. A partir do que vivemos localmente podemos ter visões diferentes dos problemas que vivemos no mundo”, disse a ex-presidente.
Ela também lembrou que, se não houver preocupação com sustentabilidade, não haverá um planeta muito em breve. Por isso, para Rosalía, é importante solucionar temas críticos como a fome, mas também é preciso cuidar do meio ambiente.
“Nós temos muitos problemas no mundo e se não falarmos de sustentabilidade vamos piorar esses problemas. Nós temos a pobreza, a falta da educação, problemas com a saúde das populações, mas se nós estragamos tudo que temos ao nosso redor, vamos ter mais problemas ainda, especialmente nos países do hemisfério sul global. Porque as mudanças climáticas vão afetar com mais força os países mais pobres, que estão mais ao sul.”
Rosalía também aponta a desigualdade como um obstáculo no processo de equilibrar o ambiente do planeta.
“Essa também é uma questão dos mais ricos em relação aos mais pobres. O mundo precisa ser mais igual, tentando superar as desigualdades entre pessoas que têm muito e pessoas que não têm quase nada. Nós vivemos isso no Equador, no Brasil, nos países Sul americanos, mas também se vive isso na áfrica, e também em países mais desenvolvidos com uma separação muito grande entre pobres e ricos."
Descarbonização
Na primeira plenária do dia, foram abordadas a descarbonização, a previsibilidade na governança e a união de forças entre sociedade, governo e iniciativa privada como soluções assertivas visando o crescimento econômico mundial.
O ex-primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, o presidente da SymbioSwiss, Claude Béglé, o presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande, o presidente da Apex Partners, Fernando Cinelli, e a sócia do Grupo Folha Maria Cristina Frias participaram do momento.
“O relatório sobre emissões de carbono, divulgado recentemente pela ONU (Organização das Nações Unidas, mostra como estamos nos desentendendo com relação à emissão de gás carbônico. Hoje temos emitido mais do que no período da pandemia. Isso é irreversível à vida humana. Se continuarmos nesse ritmo, países como China, Índia e África do Sul vão ter sérios problemas para enfrentar as questões climáticas e sustentar suas atividades econômicas”, disse Yves Leterme.
Crescimento dos portos capixabas e nacionais
Em um cenário de rápidas transformações, os portos do Espírito Santo se consolidam como pilares estratégicos para o desenvolvimento logístico e econômico do Brasil.
Durante a sessão “Fazendo a ponte para o IDE: Espírito Santo e seus portos”, líderes do setor portuário debateram os principais desafios e oportunidades que envolvem a expansão ferroviária e a transição para energias limpas.
“O Espírito Santo se apresenta como um hub estratégico para a exportação de commodities e a importação de insumos, mas o gargalo logístico da necessidade de investimento em ferrovias ainda é um obstáculo relevante”, declarou Claudio Melim, coordenador comercial da Imetame.
A integração entre infraestrutura logística e energia sustentável surge como prioridade, reforçando o compromisso com uma cadeia de transporte eficiente e de baixo carbono.
Iniciativas de capacitação, como a formação de 1.800 profissionais em parceria com a Findes e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senai-ES), preparam o Espírito Santo para se destacar em um futuro de logística verde e competitiva, segundo os especialistas.
Com atenção às inovações globais e tecnologias de descarbonização, os portos capixabas reafirmaram seu compromisso com a sustentabilidade e a segurança jurídica, consolidando-se como destino promissor para o investimento internacional.