ARTIGO IBEF

Entenda como a alta do dólar afeta a economia brasileira

A oscilação do dólar em relação à moeda brasileira pode afetar positiva ou negativamente, desde as coisas mais simples, como o preço do pão

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Foto: webandi/Pixabay
*Artigo escrito por Hugo Paradella Albertino, economista, especialista em finanças corporativas e membro do IBEF Academy e do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

A cotação do dólar é um assunto recorrente no noticiário dos principais jornais do Brasil. Mas entender como a oscilação desta moeda impacta na vida e na economia brasileira muitas vezes não é um entendimento óbvio. 

A oscilação do dólar em relação à moeda brasileira pode afetar positiva ou negativamente, desde as coisas mais simples, como o preço do pão, até aquelas mais complexas como o mercado financeiro ou as exportações.

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Desde 1999, o Brasil adota um regime de câmbio flutuante, o que significa que a cotação das moedas varia de acordo com a oferta e a demanda. 

O preço do dólar é o valor da moeda estrangeira em relação a outra moeda, no caso do Brasil, o real. 

Esta paridade é utilizada como medida de referência para a taxa de câmbio entre diferentes moedas. Mesmo baseado em uma série de fatores, o principal aspecto que influencia suas oscilações é a oferta e demanda de dólares.

O preço do dólar pode influenciar diversos aspectos da vida cotidiana, como o preço de produtos importados, a competitividade dos produtos nacionais nos mercados externos, os custos dos serviços, custos das viagens internacionais, dentre outros. 

Apesar de muitos acharem que a oscilação do dólar não os afete diretamente, a realidade é que seus impactos são observados, desde os investidores no mercado financeiro até a dona de casa na hora de ir às compras.

Em um cenário de alta do dólar o primeiro impacto ocorre na pressão inflacionária. Isso porque muitas matérias-primas são importadas, como gasolina, trigo e gás. 

Neste sentido, a valorização da moeda estrangeira leva ao aumento de produtos básicos, como pão, macarrão e combustível. 

Outro aspecto que se deve levar em consideração é que os itens produzidos no Brasil, como soja, café, carne, açúcar e milho, também têm seus preços afetados pelo dólar. 

Neste mesmo cenário, é mais vantajoso para o produtor exportar seus produtos, o que diminui a quantidade destes itens no mercado local, consequentemente elevando seus preços.

Em suma, o dólar é uma das forças que mais impactam a economia brasileira, com oscilações que reverberam por toda a sociedade, desde o preço de itens básicos até a competitividade dos bens exportados. 

Buscar informações atualizadas, associadas a um bom planejamento, seja nos investimentos ou no orçamento familiar, pode permitir que consumidores e empresas naveguem com menos riscos pelas oscilações do câmbio.

*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo