Produção industrial do ES tem crescimento de 6,1% em 12 meses
Nesse período, as indústrias extrativa e de transformação foram os grandes destaques, com altas de 7,9% e 2,8%, respectivamente
A produção industrial do Espírito Santo registrou um crescimento de 6,1% no acumulado dos últimos 12 meses até agosto, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada em 8 de outubro e analisada pelo Observatório da Indústria da Findes.
Nesse período, as indústrias extrativa e de transformação foram os grandes destaques, com altas de 7,9% e 2,8%, respectivamente.
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O setor extrativo foi impulsionado pela produção de minérios de ferro, enquanto a indústria de transformação teve avanço graças à metalurgia e à fabricação de produtos alimentícios. Esse desempenho colocou a produção capixaba à frente da média nacional, que cresceu 2,4% no mesmo período.
O setor de metalurgia apresentou crescimento significativo em agosto, com alta de 10,1% em relação ao mesmo mês de 2023. O Espírito Santo produziu 667 mil toneladas de aço, o que representou 22,5% da produção brasileira de aço no mês, segundo dados do Instituto Aço Brasil.
A empresa ArcelorMittal, que aumentou sua produção, tem expectativas de melhora na demanda externa no segundo semestre, principalmente na Europa.
“Houve aumento da produção de aço pela ArcelorMittal. A empresa espera uma melhora de demanda externa para o segundo semestre do ano, com a expectativa de recuperação da atividade de reposição de estoque, em especial na Europa”, disse a gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva.
Por outro lado, a produção industrial capixaba em agosto de 2024 apresentou uma queda de 6,0% em relação a agosto de 2023, puxada pelo recuo de 9,0% no setor extrativo, devido à redução na extração de petróleo e gás natural. Entretanto, a produção média diária desses recursos teve leve crescimento entre julho e agosto de 2024.
A economia capixaba enfrenta desafios, como o impacto das incertezas no mercado chinês, especialmente para o setor de papel e celulose.
Além disso, a economista-chefe da Findes, Marília Silva, alerta para os desafios trazidos pela política monetária e a inflação no Brasil, com a elevação da taxa Selic e a desvalorização do câmbio. A expectativa de inflação para 2024, segundo o Relatório Focus, é de 4,38%, o que pode pressionar a economia até o final do ano.
“O cenário prospectivo ainda é desafiador, devido a um movimento estrutural na economia chinesa, transitando para uma economia baseada no consumo, onde espera-se que o país passe a registrar taxas de crescimento cada vez menores nos próximos anos. Como a China é destino de quase 50% das exportações brasileiras de celulose, esse movimento contribui para um maior risco externo e desaceleração da produção no longo prazo”, afirmou.