ARTIGO IBEF

Alocação de ativos: estratégia simples para investir no longo prazo

No processo de crescimento patrimonial, é essencial ao investidor escolher uma estratégia validada e executá-la com disciplina para garantir a evolução patrimonial

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Foto: Freepik
*Artigo escrito por Douglas Niero, assessor, sócio da Valor Investimentos e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de Finanças do IBEF-ES.

A estratégia de alocação de ativos é muitas vezes resumida pelo ditado "Nunca coloque todos os ovos numa mesma cesta". Trata-se de diversificar investimentos para minimizar riscos, praticando ajustes pontuais ao longo do tempo para reequilibrar as posições.

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Muitos investidores que optaram por seguir essa estratégia reconhecem a dificuldade de prever o mercado a curto e médio prazo e buscam algum nível de gerenciamento de risco com baixo custo.

Para entender essa estratégia, imagine uma carteira teórica simples com dois ativos: 50% em Renda Fixa Pós (Tesouro Selic ou CDB que rende 100% do CDI) e 50% em Ibovespa (BOVA11, um fundo de índice que replica o IBOVESPA). 

Com o tempo, a proporção desses ativos muda devido ao comportamento distinto de cada um, exigindo um rebalanceamento para manter o risco original. 

Isso pode ser feito comprando mais Renda Fixa Pós ou realizando lucros em BOVA11 e reinvestindo em Renda Fixa Pós, cada método com suas vantagens e seus desafios tributários.

Na prática, uma carteira diversificada pode incluir uma variedade de ativos, como 35% Pós-Fixado, 10% Pré-Fixado, 15% Inflação, 10% Multimercado, 15% Ações Brasileiras e 15% Ações Americanas. 

Uma carteira tão diversificada exige mais acompanhamento, ao mesmo tempo que oferece maior descorrelação. 

A liquidez dos ativos também é importante e ativos mais líquidos, ou resgatáveis, podem facilitar os ajustes na carteira.

Algumas dicas para praticar a estratégia de forma simples são:

• Escolher veículos de investimentos eficientes sob ponto de vista tributário: Previdência Privada é um deles, uma vez que não incide custo de imposto de renda nas trocas e ajustes das posições entre os fundos;
• Estabelecer uma periodicidade para os ajustes com prazo nem tão curto, nem tão longo. Ajustar a carteira toda hora e não respeitar o prazo de maturação dos investimentos pode incidir custos elevados. Demorar muito para ajustar pode causar um descasamento da alocação inicial por muito tempo.

No processo de crescimento patrimonial, é essencial ao investidor escolher uma estratégia validada e executá-la com disciplina para garantir a evolução patrimonial por meio de investimentos financeiros. 

Neste contexto, a estratégia de alocação de ativos é adequada para investidores que não podem ou não desejam dedicar muito tempo ao acompanhamento de investimentos, preferindo focar em suas principais fontes de renda ou outras atividades em sua vida pessoal. 

É uma abordagem que requer pouco tempo de acompanhamento e conhecimento intermediário, sendo acessível a diversos perfis de investidores.

Utilizar a alocação de ativos para diversificar e rebalancear investimentos pode levar a resultados interessantes ao longo dos anos, visto que o mercado é muito dinâmico e os ativos descorrelacionados podem ir melhor ou pior em diferentes momentos. 

Dessa forma, ao fazer ajustes periódicos dos investimentos, vendendo o que subiu e comprando o que caiu, é como se o investidor estivesse "vendendo na alta e comprando na baixa", mantendo equilíbrio da carteira. 

É importante salientar, também, que é necessária uma reavaliação periódica dos ativos para garantir que ainda são adequados, além identificar qual o tipo de composição mais adequada a seu perfil de investidor e horizonte de investimento, o que pode exigir a ajuda de um especialista em investimentos.

*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo