Café e agronegócio: impacto na economia do Espírito Santo
A integração das cadeias produtivas e o investimento em tecnologia e inovação têm permitido ao Estado melhorar a produtividade e a qualidade de seus produtos
*Artigo escrito por Guilherme Bortolon Cardoso, advogado no Giulio Imbroisi Advogados Associados, membro do IBEF Academy e do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.
O agronegócio desempenha um papel fundamental na economia espíritossantense. Em destaque a produção do café, que é a principal commodity do Estado.
A qualidade e a quantidade do café capixaba o colocam como um dos principais produtos de exportação, contribuindo significativamente para a geração de divisas e o fortalecimento da balança comercial do estado.
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O café no Espírito Santo vai além de sua importância econômica, estando profundamente ligado na história e na cultura do Estado.
O cultivo do café envolve milhares de pequenos e médios produtores, com ênfase nas montanhas capixabas e no norte do estado.
O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon, participando com mais de 70% da produção brasileira e 20% da produção mundial.
No geral, é o segundo maior produtor de cafés do Brasil e também é destaque nacional e internacional na produção de cafés especiais com o café arábica.
O período de colheita do café conilon é, geralmente, realizado até o mês de agosto. Para este ano, é estimado que a produção atinja a marca das 11,1 milhões de sacas, representando um aumento de 9% em relação à safra anterior.
A área colhida chegará a 262,98 mil hectares e a produtividade média esperada é de 42 sacas por hectare, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O Espírito Santo também se destaca como maior exportador de café conilon, com cerca de 85% das exportações nacionais.
Além das exportações de café conilon cru em grãos, ainda há volumes consideráveis de café solúvel, cuja exportação foi de 501,7 mil sacas em 2023. Somente no primeiro trimestre de 2024, o estado exportou 1,7 milhão de sacas de café conilon e mais 129 mil sacas em café solúvel.
Além do café, outras commodities agrícolas também têm impacto relevante na economia do Estado.
A produção de pimenta-do-reino, por exemplo, coloca o estado como um dos maiores produtores do país.
O cacau, embora em menor escala, também contribui para a diversificação da economia agrícola estadual, assim como a fruticultura, que ganha cada vez mais espaço, com destaque para a produção de mamão, abacaxi, coco, goiaba e morango.
O agro é um setor dinâmico que se relaciona com diversos setores da economia como transporte, logística e exportação.
A integração das cadeias produtivas e o investimento em tecnologia e inovação têm permitido ao Estado melhorar a produtividade e a qualidade de seus produtos, garantindo competitividade no mercado global.
Em resumo, o agronegócio, liderado pela produção de café, é um pilar fundamental da economia do Espírito Santo.
Sua importância transcende o âmbito econômico, contribuindo para o desenvolvimento social e regional, ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio de se adaptar a um cenário cada vez mais exigente em termos de sustentabilidade e inovação.
*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo