Economia

Minimercados autônomos: tendência valoriza imóveis em até R$ 30 mil

Além de facilitar a vida dos moradores, oferecendo comodidade e praticidade, a presença de minimercados em empreendimentos ajuda a valorizar os imóveis

Thaiz Blunck

Foto: Divulgação

Quem nunca precisou interromper o preparo de uma receita ao perceber que faltava aquele ingrediente essencial? Só de pensar em trocar de roupa, tirar o carro da garagem e enfrentar o trânsito até o mercado, já dá vontade de desistir e buscar outra alternativa.

Agora, imagine que prático seria encontrar esse item sem enfrentar filas, sem longos deslocamentos, a apenas alguns passos ou um elevador de distância? Essa realidade já está se tornando cada vez mais próxima na Grande Vitória, especialmente em imóveis de alto padrão.

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Os minimercados ou mercados autônomos são um reflexo das mudanças no estilo de vida moderno, em que a busca por praticidade, segurança e otimização do tempo se tornaram prioridades para as famílias.

Divulgado em setembro deste ano pela DataZAP, empresa de inteligência de mercado imobiliário, o estudo Tendências de Moradia revela que 30% dos entrevistados consideram a presença de um mercadinho no condomínio um fator importante na decisão de compra ou locação de um imóvel. 

Foto: DataZAP - Tendências de Moradia

Em comparação com 2023, essa categoria registrou um aumento de 6% na avaliação, passando da terceira para a primeira posição entre os itens considerados não convencionais na pesquisa.

Esse dado reflete uma mudança nas preferências dos consumidores, que cada vez mais valorizam a conveniência e a praticidade de ter serviços essenciais ao alcance de poucos passos.

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-ES), Aurélio Cápua Dallapícula, explica que a ideia de minimercados ou mercados autônomos já era comum fora dos condomínios, mas agora tem ganhado força também dentro dos empreendimentos.

Foto: TV Vitória

Segundo ele, essa tendência se transformou em um diferencial importante, proporcionando ainda mais comodidade e praticidade para os moradores, que podem contar com serviços essenciais a poucos passos de sua porta, sem precisar sair do condomínio.

"Dentro dos condomínios, existe uma segurança maior para essas empresas. Em reciprocidade, normalmente não há custo para os condôminos, são só vantagens para eles, que terão a comodidade de fazer compras praticamente dentro de suas casas", explica.

Praticidade e valorização dos imóveis

Além de facilitar a vida dos moradores, esses espaços também desempenham um papel importante na valorização dos imóveis. 

Segundo Aurélio, a presença de um mercado autônomo em um condomínio pode aumentar o valor da unidade em até R$ 30 mil, tornando-se um atrativo tanto para quem compra quanto para quem aluga. 

Esse tipo de comodidade agrega conveniência e exclusividade, fatores altamente valorizados no mercado imobiliário atual.

Foto: Reprodução | Instagram Box027
“Efetivamente, os condomínios que adotam essa postura de parceria com esses mercadinhos levam, além da comodidade, a valorização por oferecer um serviço a mais. Em determinados condomínios de maior custo, ele pode ultrapassar R$ 30 mil. São considerações boas para quem quer ter a valorização do seu bem sem nenhum tipo de risco, só com vantagens", explica ele.

Oferta de produtos diferenciados para um público exigente

Imóveis de luxo em construção na Grande Vitória, como o Una Residence, em Ilha de Monte Belo, em Vitória; e o Taj Home Resort, em Jockey de Itaparica, em Vila Velha, já têm espaços reservados para a instalação de minimercados, com o objetivo de proporcionar mais comodidade e praticidade. 

Esses empreendimentos oferecem a conveniência de ter serviços essenciais ao alcance de suas casas, elevando ainda mais a qualidade de vida dos moradores.

O arquiteto Sandro Pretti destaca que essas lojas de conveniência vão além do básico, criando uma experiência diferenciada e se tornando um atrativo de luxo. 

Projetados para refletir o perfil dos moradores e alinhados ao design sofisticado do empreendimento, os minimercados se tornam uma extensão da experiência de morar nesses imóveis exclusivos. 

Foto: TV Vitória
"Quanto mais se sofistica o empreendimento, o mercado se propõe a oferecer também produtos mais sofisticados. Uma loja de conveniência que oferece produtos do dia a dia, por exemplo, vai ser mais comum. No caso de uma que oferece vinhos, queijos e cerveja artesanal, a decoração é outra. Isso acaba refletindo na decoração interior, criando uma ambiência mais luxuosa. Você cria um ambiente todo propício para vender aquele produto", explica o arquiteto.

Sandro explica também que em empreendimentos de alto padrão, esses minimercados costumam ser planejados para atender ao perfil exigente dos moradores, oferecendo produtos de marcas premium, como vinhos e queijos importados, por exemplo, com foco na qualidade e exclusividade. 

Foto: TV Vitória

"As pessoas que moram nesses empreendimentos vão querer produtos melhores ou diferentes, importados, especiais, não simplesmente aqueles do dia a dia. Então, a oferta desses produtos especiais é muito importante para vir ao encontro do luxo que está sendo oferecido no imóvel. Em geral, esse mercado não pode ser escondido, ele precisa se vender".

Automação e tecnologia: sinônimo de praticidade

Outro ponto que contribui para o sucesso dos minimercados em condomínios é a integração de tecnologia. Wellington Lovato, gerente comercial do Box 027, uma empresa que instala mercados autônomos na Grande Vitória, destaca como o modelo funciona de forma prática e moderna.

Foto: TV Vitória
“A vantagem do mercado autônomo é não ter filas para comprar. Hoje você baixa o aplicativo, entra na loja e faz a escolha dos produtos. Não tem máquina, não tem fila, nada disso. É tudo via aplicativo. Nosso objetivo é oferecer preços justos e competitivos, garantindo praticidade sem perder a qualidade”, explica Lovato.

Ele conta que a ideia começou em Santa Teresa, na região Serrana do Espírito Santo, onde seu irmão percebeu a necessidade de um mercado em um condomínio residencial mais afastado da cidade. Assim, o Box 027 expandiu e hoje está presente também em outros municípios capixabas. 

“Começou com um projeto com meu irmão em Santa Teresa, onde ele tem um residencial, e sentimos a necessidade de montar algo para não precisar sair de lá e ir até a cidade. Hoje, falamos que tudo é novidade e todos os dias aprendemos algo com o minimercado. Trabalhamos com o mercado honesto, onde prezamos pelo nosso preço e buscamos ser competitivos ao mercado de lojas similares”, explica.

Foto: Divulgação | Box 027

Quais são os benefícios de ter um minimercado dentro do condomínio?

- Conveniência e praticidade: os moradores podem comprar itens essenciais sem precisar sair do condomínio. Isso economiza tempo e evita a necessidade de deslocamento até supermercados, principalmente em dias de semana ou em momentos de emergência.
- Economia de tempo: com o minimercado localizado dentro do próprio condomínio, os moradores evitam o trânsito e as filas dos mercados tradicionais, podendo fazer compras rápidas a qualquer hora do dia.
- Mais segurança: ao evitar deslocamentos para áreas externas, os moradores reduzem o risco de exposição a situações de insegurança, especialmente em horários noturnos ou em bairros com maior fluxo de pessoas.
- Valorização do imóvel: a presença de um minimercado é vista como um diferencial de luxo, agregando valor ao imóvel. Esse tipo de comodidade pode aumentar o valor de mercado da unidade e atrair mais compradores ou locatários.
- Exclusividade e comodidade: em empreendimentos de alto padrão, o minimercado pode ser projetado para atender às necessidades específicas dos moradores, oferecendo produtos de qualidade superior e um atendimento diferenciado.
- Redução de custos com deslocamento: com a proximidade de um mercado, os moradores podem economizar com transporte, seja utilizando veículos próprios ou transporte público, além de evitar custos extras com gasolina ou estacionamento.
- Sustentabilidade e menos desperdício: minimercados dentro dos condomínios podem ser adaptados para oferecer produtos locais ou frescos, com menor embalagem e desperdício, favorecendo práticas de consumo mais sustentáveis.