Economia

Vitória é a capital com o metro quadrado mais caro do Brasil

Segundo o Índice FipeZap, divulgado nesta terça-feira (5), a capital capixaba ultrapassou Florianópolis

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Engana-se quem acha que cidades como São Paulo e Belo Horizonte ou Rio de Janeiro possuem o metro quadrado mais caro do Brasil atualmente. No mês de outubro, entre as capitais brasileiras, Vitória, no Espírito Santo, voltou a figurar no topo da lista, com um preço médio dos imóveis comercializado a R$ 11.702 o metro quadrado.

Após permanecer meses na segunda colocação, a Capital ultrapassou Florianópolis (R$ 11.670/m²), que ocupava o primeiro lugar no ranking no índice referente a setembro de 2024, por exemplo. 

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O último levantamento do Índice FipeZAP foi divulgado nesta terça-feira (5). Em relação à venda comercial, com base em informações da amostra de anúncios de imóveis residenciais para venda em outubro, o preço médio calculado no âmbito do Índice FipeZAP no Brasil foi de R$ 9.261/m².

O balanço parcial deste ano, até outubro, acumula uma valorização de 6,51% no ano. O resultado permaneceu acima da variação dos preços da economia, segundo o IGP-M/FGV (+4,20%), bem como da inflação ao consumidor (+3,86%), considerando os resultados do IPCA no ano até setembro e o IPCA-15 de outubro/2024. 

Levando em conta a análise dos últimos 12 meses, Vitória registrou uma alta de 7,32% na venda dos imóveis.

Quando levado em conta as cidades, de modo geral, duas em Santa Catarina apresentaram índices maiores que as capitais Vitória e Florianópolis. O preço do metro quadrado em Balneário Camboriú (SC) e Itapema (SC) foi de R$ 13.700 e R$ 13.662, respectivamente.

Lista dos bairros mais valorizados de Vitória

Na análise por bairros de Vitória, os 10 mais valorizados são:

1. Enseada do Suá: R$ 13.311/m²
2. Praia do Canto: R$ 13.288/m²
3. Barro Vermelho: R$ 13.262/m²
4. Mata da Praia: R$ 13.209/m²
5. Jardim Camburi: R$ 10.820/m²
6. Bento Ferreira: R$ 10.004/m²
7. Santa Lúcia: R$ 9.467/m²
8. Jardim da Penha: R$ 9.247/m²
9. Praia do Suá: R$ 8.135/m²
10. Centro: R$ 3.189/m²

Oferta de terrenos em Vitória é cada vez mais restrita

Segundo Eduardo Fontes, presidente da Associação e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), a cidade possui poucas áreas disponíveis para novos empreendimentos, impulsionando a valorização dos terrenos.

"A oferta de terrenos em Vitória é cada vez mais restrita, o que é um fator crucial para o aumento dos preços dos imóveis. A cidade possui poucas áreas disponíveis para novos empreendimentos, o que impulsiona a valorização dos terrenos e fortalece o mercado de imóveis já construídos. Esse cenário exige soluções criativas e planejamentos urbanos que aproveitem ao máximo os espaços existentes, garantindo que o mercado continue atrativo sem comprometer a qualidade de vida e a infraestrutura da cidade."

Para Fontes, algumas peculiaridades fazem com que a Capital se destaque no cenário nacional pelo alto valor do metro quadrado.

Isso por que ao comparar com grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, a amostra de bairros e imóveis é menor.

"O que concentra a valorização nos poucos bairros disponíveis para lançamentos e no mercado de alto padrão. Além disso, regiões muito procuradas, como Enseada do Suá e Praia do Canto, têm atraído um público específico, elevando ainda mais a média de preços. Esse desempenho reforça a atratividade e o potencial de investimento imobiliário em nossa Capital", concluiu.

"Áreas com pouquíssimos terrenos disponíveis"

O diretor do Sindicato das Empresas de Administração, Comercialização e Atividades Imobiliárias no Estado do Espírito Santo (Secovi-ES), ligado à Ademi-ES, Ricardo Gava, avalia que muitos dos bairros mais valorizados não têm mais como expandir.

"Vitória é um mercado imobiliário singular no Brasil, não só por sua qualidade de vida e infraestrutura, mas também pela própria limitação geográfica da ilha. Em especial, os bairros mais valorizados — como Enseada do Suá, Praia do Canto e Barro Vermelho — são áreas com pouquíssimos terrenos disponíveis e nenhuma possibilidade de expansão. Esse cenário faz com que a valorização natural dos imóveis seja ainda mais acentuada", destacou.

No entanto, ele disse ainda que é preciso fazer uma ponderação em relação ao Índice FipeZap.

"O Índice FipeZap reflete apenas os preços de anúncio, os chamados preços de pedida, e não os valores reais das transações concluídas. Por isso, quem busca precificar um imóvel corretamente e garantir uma venda ágil e justa deve sempre contar com o aoio de um corretor imobiliário local e especialista", afirmou Ricardo Gava.