Vitória e Porto Alegre lideram o percentual de famílias endividadas entre as capitais
Percentual de famílias endividadas cresceu em quatro capitais em 2024, quando comparado com os dados da pesquisa realizada em 2022
Um estudo realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomercio-SP) com 18 mil famílias nas 27 capitais aponta que Porto Alegre e Vitória possuem o maior percentual de endividados. Segundo os dados, 9 a cada 10 famílias estão com dívidas abertas nas duas capitais.
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São consideradas endividadas pessoas que possuem débitos em aberto, mas pagam regularmente as parcelas. Já quando a pessoa não tem quitado as parcelas no prazo, passa a ser considerada inadimplente.
Mais de 1,45 milhão de famílias passaram a ter dívidas nos últimos anos
O levantamento nacional aponta que 77% das famílias brasileiras têm alguma dívida, como conta sem pagar e financiamento imobiliário, o que significa que 1,45 milhão de famílias a mais assumiram dívidas nos últimos dois anos.
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Segundo a pesquisa, 29% das famílias têm contas em atraso e 13% disseram não ter condições ou perspectivas de quitar os débitos.
São Paulo (2.888.081), Rio de Janeiro (2.028.143), Distrito Federal (765.823), Belo Horizonte (744.993) e Fortaleza (712.465) possuem o maior número de pessoas com contas em aberto.
Em termos de porcentagem, quando considerado o percentual da população, Porto Alegre e Vitória aparecem na frente, com 91% das famílias nessa situação, seguidas por Belo Horizonte, Boa Vista e Curitiba (90%) e Fortaleza (88%).
Já Campo Grande e Salvador (66%), Goiânia e Macapá (68%) e Belém (69%) apresentam percentuais menores.
O percentual de famílias endividadas cresceu em quatro capitais em 2024 na comparação com 2022. O aumento ocorreu em Teresina (de 61% para 86%), João Pessoa (78% para 87%), Porto Velho (72% para 84%) e Fortaleza (71% para 88%).
Houve queda em Rio Branco (89% para 77%), São Paulo (75% para 68%) e Curitiba (95% para 90%) no mesmo período analisado.
Em nota, a Fecomercio-SP explica que as diferenças entre as capitais estão relacionadas às "condições macroeconômicas de cada estado e região, em que indicadores como inflação, juros e renda familiar criam circunstâncias distintas pelo país, e quanto maior o número de famílias convivendo com dívidas mais caro fica o crédito no mercado, elevando, como consequência, o risco de inadimplência, principalmente em um cenário de juros altos ou inflação pressionando o consumo".
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Mesmo que esse endividamento represente mais acesso da população ao crédito e aumento do consumo, também traz riscos: se mal gerido, pode levar à inadimplência e à exclusão no mercado.
"Por isso, é fundamental equilibrar o incentivo ao consumo com medidas que protejam o orçamento das famílias, especialmente as mais vulneráveis", explica o órgão.
Para o economista Fábio Pina, assessor da Fecomercio-SP, o grau de endividamento está um pouco acima da média histórica, porém aponta que os dados de emprego indicam boas condições de renda e um mercado de trabalho aquecido, o que pode permitir às famílias reorganizarem as contas.
"Eu não antevejo um solavanco, eu antevejo uma desaceleração da economia gradual no ano que vem. Isso dá tempo em tese de você fazer vários ajustes, você faz no mercado privado e dá tempo para o governo fazer ajustes onde ele precisa fazer", explica.
*Com informações da Agência Brasil.