Economia

2º Encontro Folha Business: 'ES é a maior terra de oportunidades por metro quadrado', diz empresário de óleo e gás

Márcio Felix, da EnP Energy, afirma que há um conjunto de fatores que beneficiam o Espírito Santo em seu setor

Foto: Vitor Machado

Por Luan Sperandio

Em evento realizado pelo Folha Vitória em conjunto com a Apex Partners nesta segunda-feira (14), o CEO da EnP Energy Márcio Felix demonstrou otimismo com o segmento de óleo e gás no Brasil — e não economizou nos elogios ao Espírito Santo.

“Ao longo do planejamento de nosso negócio, meus sócios, parceiros e eu analisamos muito e concluímos que o território com mais oportunidades por metro quadrado do Brasil é o Espírito Santo’’.

A empresa é sediada no Rio de Janeiro e vem analisando projetos em estados como Sergipe e Maranhão, mas Felix afirmou que enxerga o ES como um “atrator natural de projetos” de seu segmento. A EnP Energy atualmente detém 12 blocos exploratórios no estado. “O fato de termos concentrado o negócio aqui nos trouxe custos de exploração menores, ainda mais em um espaço muito pequeno geograficamente”, afirmou.

Segundo Felix, há um conjunto de fatores que beneficiam o Espírito Santo em seu setor, como “a localização geográfica, a densidade populacional e um setor privado pujante”.

“Apesar disso, o ES tem muitos espaços vazios, como disponibilidade de terrenos e áreas para produção e exploração de petróleo e gás a um custo comparativamente baixo. Por fim, encontra-se no estado muito capital humano qualificado. Isto é, o ES representa hoje um conjunto de oportunidades”, explica.

Os fundamentos que apontam que o Espírito Santo é uma terra de oportunidades

Para colaborar com os fatores específicos para o setor de óleo e gás, há outros fatores levados em consideração e que também servem para todos os empreendedores capixabas. Afinal, entre dezenas de unidades federativas assoladas por caos fiscal, má-infraestrutura e demais fatores que dificultam oportunidades de negócios, o Espírito Santo tem se destacado como uma “Ilha de Liberdade” entre os demais estados brasileiros.

Uma década de políticas estaduais de austeridade foram fundamentais para que o estado conquistasse esse posto. Vale ressaltar que há forte relação entre responsabilidade fiscal nas contas públicas e prosperidade no ambiente de negócios.

Por vários anos “o estado da moqueca” também ficou conhecido como o único a ser Nota A no Tesouro Nacional. Isso propiciou um melhor desenvolvimento do setor empresarial capixaba, impulsionado cada vez mais por um proeminente mercado de capitais no estado.

O Espírito Santo tem se destacado em rankings nacionais que medem o ambiente de negócios. Entre eles, pode-se citar o Índice Mackenzie de Liberdade Econômica Estadual, que avalia o tamanho do governo, a tributação e o mercado de trabalho, em que o ES aparece na terceira colocação. Já no ranking de competitividade entre os estados, o Espírito Santo está na 5ª colocação, com destaque para os quesitos eficiência da máquina pública e sustentabilidade fiscal. Além disso, há o diferencial do estado também em relação à infraestrutura, educação, sustentabilidade ambiental, sustentabilidade social e segurança pública: sempre entre os 10 melhores do país nestes indicadores.

O ES e o PL do Gás
O PL do Gás foi aprovado no início de dezembro pelo Senado Federal, seguindo para a Câmara dos Deputados. O novo marco legal trata da regulação da indústria de gás em transporte, escoamento, tratamento, processamento, entre outros. A proposta também substitui o regime de concessão pelo de autorização nos segmentos de transporte e de estocagem de gás natural.

A despeito do mercado ansiar pelo projeto como uma reforma que melhore o ambiente de negócios no segmento de óleo e gás, Felix acredita que ele terá pouco impacto no ES.

“O estado é pouco dependente da nova lei do gás por conta da ESGás. Antes dela, havia um contrato de concessão do início dos anos 1990 que era bastante anacrônico. Com a criação da companhia, foi feito o contrato de concessão mais moderno do país, que abrange diversas questões que estão presentes na construção da nova lei do gás no Congresso, como a questão do consumidor livre, do autoprodutor e do autoimportador”, afirmou.