Economia

No ES, ministro das Comunicações prevê chegada do 5G em Vitória até julho de 2022

Destaque no Encontro Folha Business, Fábio Faria projetou crescimento do PIB com a chegada da tecnologia e internet para mais pessoas

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Vitor Machado

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez uma projeção das novidades tecnológicas previstas para o setor em 2022. A principal delas é a chegada da tecnologia 5G, que promete revolucionar a internet no Brasil e alcançar ainda mais pessoas. A nova tecnologia deve chegar a Vitória em julho do ano que vem.

Faria participou, na manhã desta terça-feira (07), do 6º Encontro Folha Business, e deu detalhes sobre como a nova tecnologia vai permitir, desde uma maior conectividade, por meio da Internet das Coisas (IoT), até cirurgias robóticas de forma remota. O painel foi mediado pelo empresário Marcus Buaiz.

"Iremos conectar as BRs nacionais, conectar as escolas com 5G de latência baixa. Todos os municípios terão 5G e as localidades mais remotas terão, no mínimo, o 4G. Hoje, a internet de torres altas tem muitas sombras, por causa de montanhas. O 5G é todo de fibra ótica e isso não vai interferir".

De acordo com o ministro, a previsão é que a nova tecnologia chegue primeiro nas capitais de cada Estado. No Espírito Santo, três operadoras venceram a licitação para operar o 5G: Vivo, Tim e a Calltoyou.

"Hoje (terça) a tarde vamos assinar com as vencedoras do leilão. A ideia é que até julho de 2022, teremos o 5G funcionando em Vitória e nas outras 26 capitais. Depois teremos nas outras cidades, até completar todos os municípios do Brasil", afirmou.

A projeção do Ministério das Comunicações é de que a nova tecnologia possa colaborar para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, alavancado pelo uso do 5G no agronegócio.

"Todas as tecnologias que temos hoje e facilitaram nossa vida só foram possíveis por causa do 4G. O 5G vai mudar a vida da indústria, dos negócios. O agronegócio vai crescer de 10 a 20%. Nosso PIB vai crescer 2,6% só por causa do agro. Abrimos as portas do Brasil para as empresas de inovação. Estamos buscando investidores para que o Brasil vire um hub tecnológico. Já é realidade para nós. Teremos o 5G funcionando no ano que vem e isso vai mudar nosso futuro".

Vitória quer mudar legislação para facilitar 5G

No final de novembro, um Projeto de Lei assinado prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, prometeu desenvolver a infraestrutura adequada para a oferta de internet no formato 5G que permitirá uma conexão mais rápida na Capital.

O PL vai atualizar uma lei municipal que dispõe sobre a instalação das estações de telecomunicações em Vitória, mas que não está adaptada à legislação nacional.

O prefeito da Capital, Lorenzo Pazolini, explicou que o PL vai facilitar o processo de instalação das estruturas adequadas para transmissão dos dados.

"O Projeto de Lei vai desburocratizar o processo de instalação das estruturas, prevendo, entre outras medidas, a dispensa da emissão de licenças municipais para a instalação, em área urbana, de infraestrutura de redes de pequeno porte. É um instrumento com potencial de incentivar a atração de negócios e, consequentemente, de empregos", declarou o prefeito.

Satélites podem levar internet para áreas remotas

O governo brasileiro discute parcerias com empresas estrangeiras para usar em território nacional tecnologias que oferecem conectividade para área rurais e mais isoladas dos centros urbanos, a partir dos chamados satélites de baixa órbita.

Uma das negociações acontece com a Starlink, que figura entre as companhias do bilionário fundador da SpaceX, Elon Musk. Em novembro, o Ministro das Comunicações esteve reunido com o empresário nos Estados Unidos.

O encontro foi divulgado nas redes sociais do ministro, que em vídeo acompanhado de Musk, falou sobre a necessidade de conectar escolas rurais, além da oportunidade de controlar a preservação da Amazônia a partir do uso desses satélites.

A internet da Starlink, segundo informações da empresa, funciona enviando informações através do vácuo do espaço, onde se desloca mais rapidamente do que em cabos de fibra óptica, o que a torna mais acessível a mais pessoas e locais.

De acordo com a pasta comandada por Faria, a utilização dos satélites para a preservação da Amazônia se daria ainda via monitoramento de desmatamentos e incêndios legais.

Durante o Folha Business, Faria exemplificou a possibilidade de um satélite identificar o barulho de um motosserra em meio à matas. Com isso, o equipamento emitiria um sinal para o governo, que iria averiguar para saber se o corte de árvores é ilegal ou não.

"Os satélites deles já estão na órbita. Quando comecei a estudar isso, nosso principal objetivo era o combate ao desmatamento na Amazônia. Só podemos combater isso usando a tecnologia", disse.

Ministério é favorável à privatização dos Correios

O ministro falou ainda sobre a situação atual dos Correios. Ele destacou que muitas empresas que trabalham com vendas pela internet reduziram a contratação dos serviços dos Correios, visando mais agilidade e menor risco de ser surpreendido por uma greve, o que atrasaria a chegada do produto ao cliente.

"Se for comparar governos, a gente consegue mostrar muita coisa. Todo ano nós temos greve nos Correios. Ano passado, no meio da pandemia, fizeram uma greve de 35 dias. O Mercado livre entregava 90% com Correios e hoje está 10%. Se você compra um tênis, ele tem que te entregar em 24 horas. Então essas empresas compraram empresas de logística para que não haja uma greve no meio do percurso e o produto não demore 35 dias para ser entregue".

Faria afirmou que é importante agilizar um esquema de privatização da estatal, pois pode haver perdas nos serviços melhores e mais lucrativos, mantendo apenas aqueles que ele chamou de 'ossos', que são as entregas de cartas e encomendas em localidades mais remotas.

"Para os Correios se manterem competitivos, contratamos uma empresa para que os correios não perca a marca de chefe. Tenho medo que o assunto volte na pauta apenas daqui alguns anos e as empresas de fora não tenham mais interesse nisso. Tenho medo que isso sobre para a união. Se os correios pararem de ter receitas, eles custam R$ 20 milhões por ano", afirmou.

Faria pode concorrer ao Senado em 2022

Faria é pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte. No entanto, ele afirmou que a decisão não é definitiva e que o foco atual é no trabalho enquanto ministro.

"Estou no quarto mandato como deputado. Quando eu me elegi em 2018, declarei que não seria mais candidato a deputado. É preciso ter novos desafios e galgar novos espaços. De 15 meses pra cá, no Ministério, começou a ter a possibilidade de uma pré-candidatura ao Senado., mas não é momento de falar em 2022. Estava com o 5G até 15 dias atrás. Sou candidato a fazer um bom trabalho como ministro, até quando eu estiver lá. Depois que eu sair, eu penso em eleição. Olhando para o ano que vem, eu sou candidato ao Senado pelo meu estado", disse.

Encontro Folha Business

O projeto começou em 2020. Desde então, já foram realizadas seis edições do Encontro Folha Business. O evento sempre conta com a presença de lideranças nacionais em política e mercado.

Nas seis edições realizadas desde 2020, os encontros reuniram executivos e sócios das principais empresas, além de representantes da esfera pública do Espírito Santo, para sessões de conteúdo e debate com grandes nomes da iniciativa pública e privada do Espírito Santo e do país.

Entre os participantes das edições anteriores estão o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos.


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