Economia

"Reformas devem ser prioridade de quem for eleito à presidência", diz economista no Folha Business

Para Mansueto, independetemente de quem seja o Presidente da República eleito nas próximas eleições, é necessário que o escolhido nas urnas tenha o compromisso de continuar realizando as reformas necessárias

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Vitor Machado

Para debater sobre o tema "Contas públicas e investimento privado: como foi e o que esperar do panorama fiscal e de mercado no próximo ano?", o 6º Encontro Folha Business contou com a presença do economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida.

Ao avaliar as possibilidade das três vias para a Presidência da República - Jair Bolsonaro, Lula e, possivelmente, Sérgio Moro - Almeida destacou que muito dos trabalhos realizados nos últimos anos são resultado de diversos governos federais, Câmara e Senado e de partidos diferentes.

"Coisas que o Brasil fez de bom nos últimos anos contaram com políticos de vários partidos. Fizemos reforma trabalhista, da previdência, idependência do Banco Central. São conquistas que não são de um ou dois governos. Não podemos ter medo de eleição".

Para Mansueto, independetemente de quem seja o Presidente da República eleito nas próximas eleições, é necessário que o escolhido nas urnas tenha o compromisso de continuar realizando as reformas necessárias.

"Cada partido tem uma proposta diferente. Qualquer que seja o novo presidente, ele vai querer mostrar a responsabilidade fiscal. Vai contribuir para a queda de inflação e de juros e a retomada no crescimento econômico. Na campanha pode ser que haja declarações que tragam mais incertezas. O Tesouro, possivelmente, terá que fazer intervenções no mercado, como fez em 2018", afirmou.

"Nos estados, independente da cor do partido, encontramos diversos exemplos de bons ajustes fiscais. Diversos candidatos debatem e mostram o plano para aumentar investimentos, com propostas diferentes de combater desigualdade e enfrentar a pobreza", completou.

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O economista ainda destacou que as reformas tributárias e administrativas devem ser prioridades para o governo.

"Vai depender muito de quem seja o presidente eleito. Há coisas necessárias para ajudar o crescimento. É dificil, mas é necessário conseguir o apoio para mudar. A carga tributária do Brasil é 33% do PIB, 10% a mais da média da América Latina. Hoje não temos espaço para reduzir carga. Temos a possibilidade de melhorar o sistema tributário. Eu coloco a reforma tributária no início de um novo governo como mais importante", afirmou.

Ele também destacou a viabilidade e a necessidade de uma reforma administrativa.

"A (reforma) adminsitrativa tem que melhorar o setor público. É um estado mais organizado, com funcionários públicos com planos de carreira. O objetivo inicial não é queda da despesa com pessoal, isso vem ao longo do tempo. Se explicarmos como isso será bom para a sociedade, a reforma adminsitrativa ou tributária serão boas para o Brasil", disse.

Encontro Folha Business

O projeto começou em 2020. Desde então, já foram realizadas seis edições do Encontro Folha Business. O evento sempre conta com a presença de lideranças nacionais em política e mercado.

Nas seis edições realizadas desde 2020, os encontros reuniram executivos e sócios das principais empresas, além de representantes da esfera pública do Espírito Santo, para sessões de conteúdo e debate com grandes nomes da iniciativa pública e privada do Espírito Santo e do país.

Entre os participantes das edições anteriores estão o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos.


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