Teoria da firma do ESG: como funciona a governança corporativa
Hoje é impossível pensar apenas nos interesses dos acionistas; é necessário pensar e agir levando em consideração todos os agentes envolvidos
*Artigo escrito por José Carlos Buffon Junior, advogado, empresário, sócio da Sinapse Capital e Líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.
Governança corporativa talvez seja para a maioria o tema menos atraente quando falamos de Responsabilidade Ambiental, Social e de Governança – ESG na sigla em inglês.
Porém é ela que suporta e dá a base para qualquer organização que queira gerar resultados positivos no curto, médio e longo prazo para todas as partes envolvidas.
Para entender melhor como funciona a governança corporativa, e para que ela é fundamental no desenvolvimento de organizações bem-sucedidas, se faz necessário conhecer a “Teoria da Agencia-Principal” ou “Teoria da Firma.
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De acordo com essa teria, com o crescimento das organizações e com consequente aumento da complexidade das operações das empresas, os sócios – principal – contratam executivos – agente – para administrar a organização.
A concepção dessa teria parte de duas premissas, a primeira diz que o executivo e o acionista possuem interesses diversos, o primeiro a priori busca agir em benefício próprio afim de aumentar suas vantagens (como aumento de remuneração) em prejuízo aos resultados da empresa.
A segunda premissa parte do princípio que o a agente, com o passar o tempo, acabar por deter maiores informações sobre a empresa, e com isso amplia seu poder de decisão, acabando assim em alguns casos possuindo maiores poderes que os próprios acionistas.
Para evitar esse tipo de situação é necessário a adoção de uma série de ferramentas para alinhar os interesses das partes envolvidas, com o objetivo principal de perpetuação da organização, gerando resultados positivos no longo prazo.
O conceito de governança corporativa vem evoluindo ao longo do tempo. Hoje é impossível pensar apenas nos interesses dos acionistas; é necessário pensar e agir levando em consideração todos os agentes envolvidos (teoria das partes envolvidas) direta ou indiretamente na atuação da empresa, como funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, governo entre outros.
Dessa forma podemos falar que o papel da governança corporativa é criar mecanismo afim de garantir que a empresa se perpetue ao longo do tempo gerando resultados positivos para todas as partes envolvidas.