Economia

ES para o mundo: economia do Estado é 4ª mais global do país

Índice de Integração da Economia mostra que setor produtivo capixaba é um dos mais afinados com o comércio internacional do Brasil

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Everton Nunes
Idalberto Moro e Simone Garcia: Estado preparado para aproveitar as oportunidades

Quando a gente fala da vocação do Estado para fazer negócios com outros países não é uma impressão, mas uma realidade baseada em números. Pelo menos é assim que pensa a superintendente da Federação dos Transportes do Estado (Fetransportes), Simone Garcia. Ela aponta dados concretos para uma posição privilegiada do Espírito Santo em relação ao comércio internacional.

“Eu tenho um indicador que mostra o nível de integração da economia capixaba com o resto do mundo. Nós temos esse indicador em 47%, frente a 29,9% do Brasil. São dados do Observatório da Indústria. E aí, com dados como esse, a gente para de fazer inferências, para de falar dessa vocação apenas como forma romântica ou apenas baseada no passado. O que a gente tem é uma possibilidade de entrega muito concreta”, disse.

Simone foi uma das palestrantes do Encontro Folha Business e chamou atenção para o momento repleto de possibilidades que vive o Estado hoje. “A gente ocupa a segunda posição no ranking nacional de infraestrutura, só perde para São Paulo. Este indicador inclui desempenho da qualidade das rodovias, custo de combustíveis, energia, economia básica e disponibilidade de voos. Também ocupamos a quarta posição no ranking de movimentação portuária do país. Hoje o transporte terrestre, que é fortíssimo no Brasil todo, no Espírito Santo, não é diferente. Ele responde por 74,7% dos empregos do setor. E é um setor que arrecadou aqui em torno de R$ 620 milhões este ano em ICMS”, complementou a executiva da Fetransportes.

Índice de Abertura Comercial

A abertura econômica pode ser interpretada como nosso nível de integração com o mundo. O Índice de Abertura Econômica (IAE) mede proporção da corrente de comércio, que inclui importações e exportações, e o PIB. 

Abertura econômica do ES

IBGE 2021: abertura de 47,2% (4ª maior do Brasil)

IBGE 2022: abertura de 52,7% (4ª maior do Brasil)

IAE 2023: abertura de 47,0% (sem dados do IBGE para o país)

Como os dados do IAE são uma estimativa do PIB para o Espírito Santo, não há base de comparação para o Brasil.

Abertura econômica do Brasil

- 2021: 18,5%

- 2022: 19,4%

*Dados mais atuais do IBGE


Foto: Divulgação
Números referentes a 2022. Fonte: IBGE


Os números que se apresentam até agora no Estado apontam para um 2025 igualmente promissor. Pelo menos é o que acredita o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado (Sincades), Idalberto Moro. Para ele, o fim de incentivos fiscais com a reforma tributária não vai ter impactos sobre a economia capixaba.  

"O Estado tem vocação para a logística e essa estrutura de armazenagem, portos, está sendo feita hoje. O nosso aeroporto já pronto. Tudo isso nos torna cada vez mais competitivos. Essas empresas que vieram para cá não vão sair de uma hora para outra. O que estamos vivenciando é muito grande e outras empresas ainda virão".

Expectativa com a NIB

E para ampliar negócios é preciso ter uma indústria preparada. Com a Nova Indústria Brasil, um conjunto de políticas voltadas para o desenvolvimento da indústria no País, o Estado deve ter incrementos no setor, o que pode injetar fôlego extra já no início de 2025. Pelo menos é assim que pensa o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Paulo Baraona.

“Nós começamos a trabalhar aqui no nosso Observatório da Indústria para entender o plano. Muita coisa ainda precisa ser regulamentada, muita coisa ainda precisa ser esclarecida. Então, nós temos uma preocupação enorme que isso chegue aos pequenos e médios empresários, afinal de contas nós fomos feitos a grande maioria de pequenas e médias empresas, especialmente. Por essa preocupação nós começamos a estudar e o nosso Observatório da Indústria criou essa plataforma para que todos os empresários tenham acesso e consigam compreender”.