Há exatamente um ano, começavam as operações do novo Aeroporto de Vitória. A ocasião foi marcada com muita festa e a presença do então presidente da República, Michel Temer. O primeiro ano foi marcado pelo leilão para privatização do terminal. No primeiro aniversário, passageiros aprovam estrutura, mas alguns itens ainda não agradam.
Segundo a Infraero, foram 33 meses de obras, com um fluxo de trabalho que alcançou 1,8 mil operários e R$ 559,4 milhões investidos. Em comparação com a antiga estrutura, o terminal é quase cinco vezes maior e tem a capacidade para 8,4 milhões de passageiros por ano.
No leilão de privatização, o Aeroporto de Vitória faz parte do bloco Sudeste, que foi arrematado pela Zurich, na disputa realizada no dia 15 deste mês. O grupo ofereceu um valor de contribuição inicial de R$ 437 milhões, o que corresponde a um ágio de 830,15% ante o valor mínimo inicial estipulado para este bloco, de R$ 46,9 milhões.
Neste primeiro ano de operação, o aeroporto foi avaliado duas vezes em uma pesquisa de satisfação, realizada pelo Ministério da Infraestrutura. Nas duas oportunidade, o terminal foi considerado pelos usuários como o melhor do país, na categoria de até cinco milhões de passageiros por ano.
As mesmas pesquisas, no entanto, coletaram reclamações de usuários, principalmente sobre o preço dos produtos vendidos no aeroporto. Neste um ano de novo terminal, 56 lojas foram abertas nos 71 espaços disponíveis. A quantidade de vagas no estacionamento foi elogiada, mas o valor cobrado, R$ 11 por hora, ninguém gosta. “R$ 11 é um absurdo”, reclamou uma passageira. “Com a privatização vai ficar ainda mais caro”, acredita outro.
Em 2017, o terminal antigo Aeroporto de Vitória recebeu mais de três milhões de passageiros. Em 2018, com nove meses de terminal novo, o número de passageiros aumentou apenas 2%, mas a capacidade máxima é de oito milhões.
Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento e Turismo de Vitória (CDV), Leonardo Khroling, esse segmento têm aumentado e um dos fatores principais é o novo aeroporto. “Vitória tem se desenvolvido muito no turismo de lazer. Tivemos o melhor verão dos últimos tempos. Isso faz com que o aeroporto seja uma ferramenta para receber o turista”, disse.
Antes mesmo da inauguração do novo terminal, havia expectativa de que voos internacionais partiram do local. No ano passado, uma companhia aérea chegou anunciar uma linha ligando Vitória a Buenos Aires, na Argentina, a partir de janeiro deste ano. No entanto, a empresa voltou atrás, alegando que o terminal não tinha estrutura para isso. Na época, a Infraero contestou e disse que há estrutura necessária, mas faltam algumas adaptações.
Em nota, a Infraero informou que já está com instalações prontas para receber operações internacionais e aguarda autorizações de órgãos federais. Não há previsão oficial de início desses vôos. A empresa privada que venceu o leilão de concessões deve começar a administrar o terminal em setembro, o que gera uma expectativa positiva.
O Subcomitê de Internacionalização de Aeroportos da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuária (Conaero) solicitou a operação de voos internacionais para passageiros no Aeroporto de Vitória. O pedido está em processo de alfandegamento pela Receita Federal e os demais órgãos já se manifestaram a favor. Após essa etapa o processo será encaminhado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Concluído todo o processo, o aeroporto poderá fazer operações internacionais.
A Anac informou que o Aeroporto de Vitória está habilitado para voos internacionais de carga, mas até agora não foi localizado processo de internacionalização para transporte de passageiros.