Após oito anos, o espaço projetado para um restaurante giratório no prédio sede da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) foi inaugurado nesta quinta-feira (5). O espaço, no entanto, foi remodelado, não irá fazer o giro panorâmico de 360° e nem será um restaurante.
Agora como laboratório de inovação, o FindesLab, como foi batizado, vai auxiliar profissionais a desenvolver projetos tecnológicos para a indústria capixaba. A expectativa é que espaço movimente 100 milhões e crie mil startups ao longo dos próximos 10 anos.
A polêmica por trás da obra
O custo total da obra, que chegou a virar até meme entre os capixabas, foi fechado em R$ 26,5 milhões. O projeto anunciado pelo ex-presidente da Findes Lucas Izoton, em 2008, teria um custo inicial de R$ 8 milhões. A estrutura no entanto, que deveria fazer um giro de 360° dando aos visitantes do restaurante uma visão panorâmica de toda a cidade de Vitória, sofreu uma série de problemas ao longo dos anos, por conta da complexidade da obra.
A estrutura começou a sair do papel em 2011 e logo ganhou o apelido de “espaço nave”, por conta do formato do restaurante. Em 2015, a obra foi suspensa após o Tribunal de Contas da União (TCU) notificar a Findes por conta do valor da construção, que passou de R$ 8 milhões para R$ 26 milhões. Os recursos foram investidos pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). O TCU determinou que a União fosse ressarcida em R$ 10 milhões.
Em 2016, o então presidente da federação, Marcos Guerra, anunciou que devolveria parte dos recursos gastos para erguer a estrutura, conforme foi determinado pelo TCU, e desistiria de continuar a obra. Após assumir o comando da federação, em 2017, Leo de Castro anunciou que a obra seria finalizada, desta vez como um laboratório de inovação.
A dívida, segundo o atual presidente, já está sendo paga. Ela foi dividida em 72 parcelas e a previsão é que o valor seja quitado em 2022.
ES quer desenvolver indústria tecnológica
Sobre a nova utilização da estrutura, Leo de Castro acredita que o projeto do laboratório de inovação será importante para o desenvolvimento tecnológico no Espírito Santo.
“Esse equipamento já materializa essa vontade. Um equipamento que vai servir a população toda, simbólico, que tem uma posição estratégico, está conectado com a indústria, que é a maior parcela do PIB do Espírito Santo”, disse.
Com o projeto, Léo vê uma oportunidade do Espírito Santo se conectar com outros estados. “Nós precisamos nos conectar com quem está na frente. A tecnologia não tem fronteira. O nosso esforço é conectar. Nós temos conexões importantes como em Santa Catarina, especialmente em Florianópolis”, disse.
Para o governador do Estado, Renato Casagrande, o projeto Findeslab pode ser uma porta para a geração de novas oportunidades de emprego no Espírito Santo. Ainda segundo ele, o Espírito Santo precisa ser reconhecido também como o Estado da produção de produtos tecnológicos.
“O Espírito Santo não pode ser só o Estado consumidor de produtos tecnológicos. Nós temos que ser provedor, desenvolvedor de produtos, para que a gente, de fato, alcance o desenvolvimento, e que esse desenvolvimento gere oportunidades de empregos qualificados aqui no Espírito Santo”, disse o governador.
O FINDESLAB
O Findeslab é destinado à criação, negócios e idealizado para ser usado por estudantes, empresários e empreendedores que desejam criar soluções inovadoras que ajudem no desenvolvimento dos setores industrial e comercial do Espírito Santo.
Para apresentar algum projeto de inovação é necessário agendar um atendimento por meio do site. O local poderá também, além de ser aberto para receber projetos dos interessados, ficar disponível para visitas, para quem tem curiosidade de conhecer o espaço, que estão em dois andares do prédio, localizado na Reta da Penha, em Vitória.