Economia

Operação no setor de café cassa registro de 26 empresas laranjas e apreende cargas no ES

Foram identificadas 26 empresas que emitiram mais de R$ 2 bilhões em notas fiscais frias entre 2021 e 2022; os nomes foram publicados no Diário Oficial desta segunda-feira (22)

Foto: Divulgação/Sefaz

Uma megaoperação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) cassou a inscrição estadual de 26 empresas laranjas que atuavam no setor cafeeiro. As investigações procuraram combater irregularidades tributárias do segmento. Além disso, foram apreendidas 42 toneladas de café: 30 em Colatina e 12 em Jaguaré.

A operação, chamada de Recepa, publicou o nome das empresas envolvidas na edição desta segunda-feira (22) no Diário Oficial. Somadas, elas movimentaram mais de R$ 2 bilhões em notas fiscais inidôneas entre 2021 e 2022, causando um prejuízo de, aproximadamente, R$ 240 milhões aos cofres públicos. 

Elas estavam sediadas nos municípios de Cariacica (14), Governador Lindenberg (4), Ibatiba (3), Venda Nova do Imigrante (2), Barra de São Francisco (1), Irupi (1) e Marechal Floriano (1).

> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas no celular? Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias!

“A Receita Estadual vem investigando essas empresas desde o ano passado. Metade delas já havia sido bloqueada pela Sefaz em apenas 1 dia de funcionamento, devido ao trabalho de monitoramento de contribuintes da Gerência Fiscal”, explicou o subsecretário da Receita Estadual, Benício Costa.

Com a publicação da cassação da inscrição estadual, as notas fiscais emitidas ou recebidas por essas empresas passam a ser consideradas inidôneas. “Nas próximas fases da ‘Recepa’ alcançaremos os empresários beneficiados pelas fraudes, uma vez que quem que realiza operações com empresas laranjas tem conhecimento das irregularidades”, acrescentou Costa.

Apreensão de toneladas de café

Além da identificação das empresas laranjas, auditores fiscais da Receita estadual trabalharam para identificar cargas de café que estavam sendo transportadas sem notas fiscais ou com notas fiscais irregulares. 

“Durante a fiscalização contamos com a participação de 45 auditores fiscais, sendo 20 da região Metropolitana, 15 de Colatina e 10 de Linhares, além do apoio da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal”, disse o auditor fiscal Luiz Henrique Ribeiro, que participou da operação.

LEIA TAMBÉM: 5G em Vitória: veja a cobertura do sinal nos bairros da capital

O caminhão abordado em Colatina estava transportando 500 sacas de café avaliadas em R$ 358 mil. A autuação para a transportadora ficou em R$ 168.550,02. Já o caminhão abordado em Jaguaré transportava 200 sacas de café, avaliadas em R$ 143 mil. Neste segundo caso, a autuação foi de R$ 67.210,00.

Ambas as mercadorias foram apreendidas. Após o pagamento das autuações elas serão liberadas. 

Além do café, os auditores autuaram o transporte, sem nota fiscal, de fertilizantes avaliados em R$ 141.778,44 (autuação de R$ 66.626,70); de bebidas diversas avaliadas em R$ 27.862,45 (autuação de R$ 13.095,36); de 400 metros quadrados de ladrilho de granito, avaliado em R$ 27.200,00 (autuação de R$ 8.160,00); de materiais de construção avaliados em R$ 9.110,00, (autuação de R$ 5.583,70) e 4 mil blocos de alvenaria avaliados em R$ 1.040,00 (autuação de R$ 4.211,80).

O que é recepa

A recepa é um tipo de poda drástica em cafeeiros. Ela promove o corte baixo do tronco da planta, com isso sendo perdida toda a copa. Ela deve ser utilizada somente quando o cafezal estiver com poucos ramos produtivos da saia ou danos severos