Economia

Padarias do Espírito Santo têm queda de 40% nas receitas por causa da pandemia

A constatação é de um levantamento realizado pelo Sebrae. Além das medidas de distanciamento social, estabelecimentos sofrem com a alta do dólar

Foto: TV Vitória

As padarias do Espírito Santo tiveram uma queda de quase 40% no faturamento por causa da pandemia do novo coronavírus. A constatação é de um levantamento realizado pelo Sebrae. As medidas de distanciamento social afetaram principalmente os estabelecimentos que contam com cafeterias para complementar as vendas.

Em uma padaria do bairro Soteco, em Vila Velha, o número de mesas foi reduzido na área de refeições. Além disso, a entrada de clientes é controlada para evitar aglomeração. Segundo o gerente de produção da padaria, Marcelo Teixeira Vereda, a queda no movimento também deixou o espaço um pouco mais vazio.

“Caiu em torno de 50% a 60% no geral. Não está aquele movimento que tinha anteriormente, que você conseguia fazer uma produção já pensando naquele movimento”, afirmou.

O consumo de almoço e lanches dentro do estabelecimento diminuiu durante a pandemia, assim como a procura por pães e produtos de prateleira. O jeito foi dar férias a parte dos funcionários para evitar um prejuízo ainda maior.

“Funcionários de férias, alguns ficaram em casa, porque eram situação de risco. Com essa ajuda do governo, conseguimos segurar e, até o momento, não houve demissão nenhuma”, frisou Marcelo.

Além de verem suas receitas caírem significativamente durante a pandemia, as padarias têm sofrido com a alta do dólar, já que a maior parte do trigo usado vem de fora do país. O custo de produção subiu, mas a diferença tem sido absorvida pelos comerciantes. 

Segundo o Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Espírito Santo (Sindipães), a decisão de não repassar o valor para o consumidor é justamente para não perder ainda mais clientes.

“A maioria das padarias está tentando absorver, porque o momento ainda é crítico. A gente sabe que os clientes também estão passando por momentos de dificuldades. Então estamos fazendo o máximo para segurar, com a esperança de que o dólar retraia um pouco para que a gente consiga trabalhar sem nenhum aumento para os nossos clientes”, destacou o presidente do Sindipães, Ricardo Augusto Pinto.

O gerente afirma que o custo de produção na padaria subiu 20%. Para se manter de portas abertas, o estabelecimento conta com a ajuda de recursos distribuídos pelo governo e também aposta no delivery. “Virou uma praticidade para atender aquele que não quer vir, aquele que tem um certo receio de vir, pelo movimento”, disse Marcelo.

Outra forma de alavancar as vendas é por meio do drive trhu. Nesse caso, o cliente passa de carro, faz o pedido e retira as mercadorias na porta da padaria. O sistema foi adotado por uma padaria do bairro Bento Ferreira, em Vitória.

“Acabou, com isso, a gente remanejando colaboradores para essa área, que a gente não tinha, e, automaticamente, segurando o emprego deles. Não só eu, como várias padarias estão tentando se reinventar”, ressaltou o presidente do Sindipães, que também é dono da padaria.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV