Com o fim de ano chegando, o comércio do Espírito Santo está ansioso para datas importantes para as vendas, como o Natal e a Black Friday. Por causa da pandemia do novo coronavírus, a previsão é de que o faturamento seja um pouco menor em relação ao ano passado. Mesmo assim, o sentimento é de otimismo entre os comerciantes.
A estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) é de que o pagamento do 13º salário no estado deve injetar aproximadamente R$ 3,8 bilhões na economia capixaba. O número representa 2% do volume injetado em toda a economia brasileira, que totaliza R$ 208 bilhões. Descontada a inflação, esse valor na economia do país apresentará, no entanto, um recuo em torno de 5% em relação ao total pago em 2019.
“Mesmo num ano muito atípico, um ano com pandemia, que gerou efeitos extremamente negativos, mas essa injeção de recursos na economia tem a capacidade de reativar a atividade econômica. O décimo terceiro é uma válvula propulsora para a nossa economia, extremamente importante. E não tenho dúvida de que, neste final de ano, ele vai alavancar a nossa economia”, ressaltou o economista Ricardo Paixão.
Segundo o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, apesar da queda, o décimo terceiro tem uma importância significativa na economia e promete garantir um bom presente de Natal para os comerciantes.
“A expectativa é muito boa, haja visto que os meses que antecederam vêm gradativamente crescendo os faturamentos. Segundo os dados da própria Secretaria da Fazenda, o mês passado superou todos os recordes de vendas nos últimos 12 meses. Isso é muito importante para a economia e para a população capixaba. Nós temos um futuro brilhante pela frente e eu tenho certeza que teremos ótimos resultados, em termos de faturamento, para o final de ano”, destacou Sepulcri.
Impacto
Entretanto, a queda na atividade econômica e seus efeitos no mercado de trabalho formal impactarão o montante do décimo terceiro salário pago neste ano. Além disso, têm-se os efeitos da Medida Provisória Nº 936, aprovada em abril e prorrogada até o final deste ano. A MP regulamentou a redução da jornada de trabalho proporcional ao salário e a suspensão temporária do contrato de trabalho como forma de preservar os empregos.
De acordo com dados do Ministério da Economia, entre abril e outubro foram firmados cerca de 333 mil acordos entre patrões e empregados, com predominância da suspensão do contrato de trabalho (150 mil) e redução de 70% na jornada (70 mil). O setor de serviços foi o que registrou maior adesão a esses contratos, com 53%, seguido por comércio (27%) e indústria (17%). Os acordos atingiram em torno de 179 mil trabalhadores do Espírito Santo.
Recuperação
Segundo a Fecomércio-ES, com a proximidade do final do ano, a intenção de consumo das famílias capixabas tem retomado gradativamente, acompanhando a recuperação do mercado de trabalho.
Ainda de acordo com a federação, observou-se também que não houve uma explosão negativa do endividamento e da inadimplência durante a crise. Porém, segundo a Fecomércio-ES, certamente neste ano o desafio para a distribuição desse valor entre compras, outros gastos e as dívidas será maior.
Com informações do repórter Bruno Miceli, da TV Vitória/Record TV