Na última terça-feira (10), o preço do óleo diesel nas refinarias aumentou novamente. Desta vez, o reajuste foi de 8,9% e impacta, diretamente, no transporte público.
No Sistema Transcol da Grande Vitória, por exemplo, o valor da tarifa deveria ser de R$ 4,85 para compensar a alta. É o que mostra um cálculo realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), com base nas médias tarifárias praticadas no país. A associação aponta que as tarifas dos ônibus urbanos deveriam ser reajustadas, imediatamente, em 2,9%, em média.
Somados aos reajustes anteriores do combustível, o diesel já subiu 47% neste ano, causando um impacto acumulado nas tarifas de 15,4%.
Desta forma, este deveria ser o porcentual, segundo a NTU, de reajuste de tarifas, como a do Transcol, que atualmente é de R$ 4,20.
Considerando os valores dos últimos 12 meses (de junho/2021 até maio/2022), o diesel já acumula uma alta de 80,9%, muito acima da inflação do período, representando um impacto na tarifa pública de 26,5% no último ano.
No Espírito Santo, a Ceturb destacou que o reajuste do Transcol ocorre apenas uma vez por ano, por força de contrato, sempre no mês de janeiro. A previsão é que o próximo reajuste das tarifas ocorra somente em janeiro de 2023.
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Combustível é segundo maior custo do transporte
Em todo o Brasil, o combustível é o segundo maior custo do setor de transporte coletivo urbano por ônibus, segundo a NTU, respondendo por 32,8% no custo total do setor, ficando atrás somente do custo de mão de obra, sendo de 50% em média.
A NTU reitera o alerta sobre os riscos de faltar ônibus para circular fora dos horários de pico, caso os sucessivos aumentos de custos não sejam compensados de alguma forma.
“Temos cidades que já fizeram seus reajustes tarifários anuais e outras que adotaram subsídios emergenciais ou permanentes, a situação varia. Mas a grande maioria dos operadores não têm fôlego financeiro para enfrentar mais esse reajuste e terão que suspender o serviço fora dos horários de pico”, afirma Francisco Christovam, presidente da NTU.
A maioria das empresas associadas à NTU, entidade que congrega mais de 400 operadoras de ônibus em todo o país, está sem condições financeiras para fazer frente a mais um reajuste do diesel, informa Christovam.
Para evitar essa escalada do diesel e o consequente reajustes na tarifa, o presidente da NTU avalia que a solução seria a adoção de mecanismos para a estabilização dos preços dos combustíveis, que vão da reformulação da estrutura tributária incidente sobre o diesel à adoção de políticas de preços especiais para setores essenciais como o de transporte público.
“O consumo de diesel do transporte público por ônibus nas cidades e regiões metropolitanas é de apenas 5% a 6% do total do consumo nacional; ter uma política diferenciada para esse segmento não impactaria significativamente a política de preços dos combustíveis”, completa Christovam.
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