O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo diminuiu 1,8% (R$ 31,1 milhões) no terceiro trimestre deste ano, com relação ao segundo trimestre. Além disso, a soma de todas as riquezas produzidas na economia se manteve estável no acumulado do ano, entre janeiro e setembro, e teve alta de 0,5% na contagem de setembro do ano passado a setembro deste ano. Os dados foram apresentados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), na tarde desta quarta-feira (18).
Na balança do PIB, segundo o levantamento, a indústria capixaba pesou para baixo, com queda de 13% entre janeiro e setembro. Já o setor de serviços teve uma ligeira alta, de 0,1%.
O pé no acelerador ficou por conta do comércio varejista, com alta de 4,7%, e do comércio exterior, com aumento de 16,7%. A agricultura, por sua vez, terá os dados consolidados apenas no próximo trimestre, mas tem expectativa positiva.
“O comportamento negativo da indústria capixaba vem acontecendo desde o primeiro trimestre. Aconteceu no segundo, no terceiro. São efeitos prolongados dos mesmos fatos negativos, a começar dos acidentes que paralisaram a Samarco, o acidente em Brumadinho. E no setor de petróleo também nós tivemos paralisação de produção. Por outro lado, a agricultura continua crescendo, com exceção do café arábica, que tem um número negativo, mas é porque existe uma sazonalidade bianual”, explicou o presidente do instituto, Luiz Paulo Vellozo Lucas.
De acordo com o IJSN, o impulso dado na economia pelo comércio varejista se deve ao consumo das famílias. Outro aspecto positivo foi a retomada de contratações na construção civil, com mais de 3 mil postos de trabalho até setembro, e também o comércio exterior.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), Marcílio Machado, a abertura econômica do Espírito Santo entre janeiro e setembro foi de 63%, praticamente o triplo do Brasil. Segundo ele, a expectativa para o ano que vem é ainda melhor.
“O que a gente tem percebido é que, no começo desse ano, aumentou muito a demanda. A quantidade de planilha e estimativa de custos para bens de capitais, máquinas e equipamentos foi, de certa forma, um número que nos surpreendeu e continua assim”, ressaltou.
Já o coordenador de estudos econômicos do IJSN, Antonio Ricardo Freisleben, acredita que a tendência é que o último trimestre apresente números melhores e que 2019 possa fechar com um saldo positivo do PIB capixaba.
“No acumulado até o terceiro trimestre a gente recebe sinais dos setores. Em serviços, por exemplo, o mercado de trabalho tem apresentado um saldo positivo de postos de trabalho; a construção civil, com um acumulado do ano de 3 mil novos postos de trabalho criados. Então a gente acredita ainda num crescimento positivo, uma retomada econômica ainda em 2019”, frisou.