O Plano Real, lançado há 20 anos, teve por objetivo a estabilização econômica e monetária. Desde então, muitas mudanças ocorreram, e o brasileiro aprendeu a dar e saber o valor real das coisas.
A capixaba Leda Carvalho lembra muito bem das dificuldades em realizar as compras do mês, já que os preços mudavam constantemente. Naquela época, o poder de compras dos brasileiros caía pela metade. No entanto, atualmente a consumidora diz que vai ao supermercado somente para comprar o necessário.
“A gente fazia compras para todo o mês. Comprávamos tudo. Tínhamos lugar em casa para guardar tudo diretinho”, comenta.
O Real marcou o fim de um longo período em que o país conviveu com o descontrole de preços, inflação e taxas anuais absurdas. A título de comparação, em 2013 a inflação no país foi de 5,91%, enquanto em 1993 foi de 2.477,15%.
Para a professora e economista capixaba Arilda Teixeira, o plano real foi o único que conseguiu garantir estabilidade econômica para os brasileiros, e dificilmente deverá ser modificado. “Não há nenhuma ameaça sobre a instituição da moeda brasileira. Não há dúvida quanto á isso. O que nós temos é uma inflação acima do nível previsto. Esse nível previsto são as regras que o Banco Central precisa seguir para que o índice geral de preços se mantenha no patamar estipulado”, explica.
Moedas e cédulas
Lançado em 1994, durante o governo de Itamar Franco (1992-1994), o Plano Real foi um programa de estabilização econômica que se destina a controlar a hiperinflação. Antes da moeda brasileira Cruzeiro mudado para real, o país teve a Unidade Valor Real (“VRU”), uma moeda virtual projetado para ajudar na transição. Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda na época, e tomou posse no ano seguinte. Ele governou o Brasil por dois mandatos, até 2002.
Entre o cruzado e o real, outras três moedas diferentes passaram pelos bolsos dos brasileiros, todas elas com a mesma intenção: conter a inflação que tanto prejudicava a população nacional. Assim, o cruzado foi aceito até o cruzado novo entrar em circulação (1989 – 1990). A moeda foi ainda substituída pelo cruzeiro (1990 – 1993), cruzeiro real (1993 – 1993) e, finalmente, pelo real (1994). Na ocasião, R$ 1 tinha valor equivalente a 2.750 cruzeiros reais.
O real já passa pela sua segunda família. Na primeira delas, lançada em 1994, as características eram semelhantes em todas as moedas, com alteração somente dos tamanhos. Já na segunda família, as moedas colocadas no mercado em 2002, ganharam cores diferentes e brilho adicional.
Já na parte das cédulas, a reformulação aconteceu em 2010, quando entraram em circulação as novas notas de R$ 50 e R$ 100. Dois anos mais tarde foram reformuladas as notas de R$ 10 e R$ 20. As cédulas de R$ 5 e R$ 2 foram as últimas novidades e entraram no bolso da população, em 2013.
Apesar da modificação, as moedas emitidas na primeira geração continuam aceitas, com exceção dos extintos R$ 0,01 (moeda) e R$ 1,00 (cédula), que foi substituído pela moeda com borda dourada, devido ao custo que diminuí devido à maior durabilidade das moedas. (Com informações da Agência Brasil e Do R7)