Foi-se o tempo em que preço de banana era sinônimo de produto barato. Depois do arroz e do óleo de soja, agora é o valor do produto que assusta os consumidores. O preço da banana foi um dos principais responsáveis pela alta de quase 6% na cesta básica de Vitória em setembro, medida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A fruta foi o terceiro item da cesta que sofreu o maior reajuste entre agosto e setembro: 16,99% de aumento, perdendo apenas para o óleo de soja (29,27%) e o arroz (27,71%). Em algumas feiras e supermercados, o quilo da banana prata passa dos R$ 3. Já o da nanica é quase R$ 5, e a banana da terra custa mais de R$ 7 o quilo.
Mesmo o Espírito Santo sendo um grande produtor de banana, o preço do produto acelerou nos mercados capixabas. Em outros estados, como São Paulo, por exemplo, a fruta subiu ainda mais. A caixa de 22 kg da nanica, produzida em Linhares e comercializada no estado paulista, passou de R$ 42 para quase R$ 60, alta de 34%.
O que também chama a atenção é o fato de a banana não ser uma fruta com um período de safra definido, como o caqui e a mexerica, por exemplo. A oferta do produto existe o ano inteiro.
O economista Vaner Corrêa explica que dois fatores fizeram o preço da banana disparar este ano. O primeiro deles é um velho conhecido: a lei da oferta e da procura, tanto no mercado interno quanto na exportação do produto.
“Houve um aumento da demanda com a pandemia. Todo produto que faz parte da nossa cultura sofreu pressão, com a nossa demanda interna mesmo. E tem a demanda externa também, que nós somos grandes exportadores”, destacou.
O segundo fator, segundo o economista, é o custo de produção. Tanto a alta do dólar, que torna os fertilizantes mais caros, quanto dificuldades climáticas obrigaram o produtor rural a gastar mais para produzir.
“Tem implemento agrícola que, muitas vezes, você traz de fora. Como o dólar, já desde o início do ano, se estabilizou — ele ficou muito alto — agora nós estamos sentindo esse problema em alguns produtos, com o repasse”, frisou Corrêa.
Cesta básica em Vitória
De acordo com o Dieese, a cesta básica em Vitória teve um aumento de 5,87% em setembro, em relação a agosto, com o valor passando de R$ 509,45 para R$ 539,36. O preço da cesta básica verificado em setembro representa 55,8% do salário mínimo atual.
Além disso, o Dieese constatou que a cesta de Vitória foi a quinta mais cara do país no mês passado. Entre as 17 capitais pesquisadas, o valor mais alto foi encontrado em Florianópolis, de R$ 582,40.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV