Os produtores capixabas amargam prejuízos em torno de R$ 1,7 bilhão. O relatório com os dados detalhados das perdas que amargam o setor rural do Espírito Santo foi apresentado na manhã desta sexta-feira (27), durante encontro realizado na Federação da Agricultura do Espírito Santo, onde estiveram presentes prefeitos, representantes de entidades do setor agropecuário e autoridades estaduais e federais. As piores perdas foram no cultivo do café, na fruticultura em geral e pecuária de leite.
A apresentação dos dados foi feita pelo secretário de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto.
“Estamos compartilhando as informações com a sociedade e buscando soluções de curto, médio e longo prazo para enfrentar esse grave momento que estamos vivendo”, assinalou o secretário.
Serviram de base para o relatório da Seag dados levantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que realizou o monitoramento nos 78 municípios do Estado.
De acordo com os dados, a perda na cafeicultura foi a pior, algo em torno de R$ 1 bilhão e que significou uma redução de 33% na produção. Já a fruticultura amargou um prejuízo de R$ 300 milhões, 30% a menos na produção. Por fim, a pecuária leiteira alcançou perda de R$ 150 milhões, uma redução de 31% na produção.
Outras culturas também tiveram redução em sua produção, como foi o caso do feijão e do milho que apresentaram reduções de 50% e 56%, respectivamente. Ainda de acordo com o relatório, houve redução na olericultura (36%), cana-de-açúcar (33%).
A seca vivida pelo Espírito Santo é considerada a pior da história, desde o início das mediações, em 1931. Segundo a Seag, os reservatórios estão funcionando com 49% de sua capacidade.
“A Região Sudeste está vivendo uma das maiores crises hídricas de sua história. O Espírito Santo registra a pior seca dos últimos 40 anos. Todos os setores da sociedade estão sendo afetados pelo problema, mas a situação do setor agropecuário capixaba é muito difícil. Em dezembro de 2013 estávamos sofrendo com o excesso de chuvas. Agora, poucos meses depois, enfrentamos um grave cenário de escassez de água”, pontuou Octaciano Neto.
Para solucionar o problema, o governo do Estado adotou algumas ações para enfrentar a seca: implantou o Comitê Hídrico Governamental; mobilizou os usuários das bacias hidrográficas; declarou cenário de alerta; suspendeu a emissão de autorizações para a queima controlada, a liberação do abate de vacas no terço final de gestação; e a gestão para que as dívidas do crédito rural que estão vencendo no primeiro semestre sejam prorrogadas pelas instituições financeiras.
“Também estamos validando as decisões de construir 60 barragens de uso coletivo e intensificamos nossa parceria com a Agência Nacional das Águas. O Governo está trabalhando na formulação de uma política de segurança hídrica que contempla ações em quatro dimensões: ampliação da cobertura vegetal, reservação de água, manejo e planejamento”, assinalou o secretário.