Economia

Presidente eleita da Findes quer ampliar atuação do órgão no Estado

Cristhine Samorini disse que vai olhar indústria com um todo, sem distinção de tamanho, e acredita que vai encarar grande desafio por causa da pandemia

Foto: Divulgação
Cristhine Samorini fica à frente da Findes por três anos

A primeira mulher a presidir o órgão máximo da indústria do Estado quer ampliar ao máximo a atuação da Federação das Indústrias do Estado (Findes) e entender a necessidade de cada empreendedor. Cristhine Samorini, que é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado vai assumir o posto de presidente da Findes no dia 1°de agosto, com grandes desafios pela frente.

“Não existe seccionar a atuação para micro, pequena, média e grande indústria. São todas indústrias e por isso queremos atender a todos. Nossa proposta, em torno do conceito de design thinking, teve mais de mil ideias e queremos chegar ao máximo de indústrias possível”, disse a presidente eleita por 23 votos a 10.

Ela já faz parte da atual diretoria, e disse que terá uma transição amplamente transparente. “Nosso objetivo é acelerar o que ficou no meio do caminho por conta dos desafios. Temos um grupo muito consolidado e por isso vai ser muito mais tranquilo conduzir próximos três anos. Temos um plano do que a gente entende ser melhor para a entidade, agregando, oxigenando e trazendo o que há de melhor para a indústria e para o industrial. Começo com desafio, mas muito animada”, disse a nova presidente.

O atual presidente, Léo de Castro, disse que esta foi a primeira eleição do novo estatuto da Findes. A partir de agora não haverá mais reeleições e a gestão tende a ficar mais profissional, com a criação do cargo de diretor-geral.

“Essa foi a primeira eleição sob a nova regra. Ano passado aprovamos estatuto novo, mais moderno, que acaba com a perpetuação de lideranças à frente de entidades. Entendemos que não é benéfica. A criação do cargo de diretor-geral é uma forma de profissionalização do sistema. Atividade que exige dedicação e tempo amplo, o que nós empresários que temos cargos na Findes não dispomos. Vai ser uma evolução importante para que possamos entregar cada vez mais para a população”, disse o atual presidente.

Léo de Castro também chamou a atenção para os movimentos de ajuda ao empresário da indústria em temos de coronavírus. “Acho que as medidas do governo são corretas, podem ajudar e muito. Temos um diálogo permanente com os governos federal, estadual e municipais. É preciso ajustar algumas medidas. O Fundo de Aval pede que toda empresa tenha todas as certidões em dia, mas quem recorre ao fundo é porque está precisando. Se tá tudo em dia não precisa de Fundo de Aval”, disse, afirmando que já faz interlocução com o governo para simplificar a tomada de crédito.

Léo de Castro e Cristhine Samorini também esperam o aumento do desemprego na indústria. “O desemprego vai crescer, com certeza vai. Tem estudos que mostram que vamos sair de 12 milhões de desempregados no País para 20 milhões… até 24 milhões. Mas, ao mesmo tempo, a força de uma retomada é mais rápida na indústria, que é o setor que mais demora a demitir”, disse o atual presidente.

“Alguns pleitos estão em andamento. É difícil medir o impacto da crise, mas vejo o esforço dos sindicatos em extrair informações para fazer a solicitação de ajuda ao governo de forma correta. Em conexão do que tem sido demandado”, acrescentou Cristhine.