*Artigo escrito por Renan do Amaral, contador especialista em controladoria, finanças, investimentos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Finanças do IBEF-ES.
A evolução do mundo dos negócios e suas estratégias progride com o avanço do pensamento humano e da inteligência artificial.
É inegável que, a cada curto espaço de tempo, uma teoria ou técnica que um dia fizeram muito sucesso e sentido já não fazem mais por terem sido substituídas por outras.
No começo dos estudos da administração cientifica, pode-se constatar várias escolas que marcaram o estudo da gestão de empresas aplicada na prática.
Frederick Taylor, por exemplo, gostava de enfatizar que a organização e a administração das empresas devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. Para ele, a improvisação deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo dá ciência.
Tido como um dos pais da administração, Taylor foi o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho na fábrica, inclusive dos tempos e movimentos, estabelecendo padrões de execução.
Também tido como um dos grandes propulsores da administração, Henri Fayol desenvolveu teorias que tornam as organizações mais eficientes, de forma a diminuir desperdícios e formar gestores capazes de tomar decisões assertivas.
A partir desses estudiosos da administração até os dias atuais, muitas novidades surgiram, pois é possível ver dias de constante evolução em que as relações humanas se diversificam, a tecnologia avança e é preciso que seja tomada decisões cada vez mais complexas frente aos desafios gerados.
Os modelos de gestão que surgem hoje soam como novidade quando comparados aos que já existem, mas o movimento natural do mercado é se atualizar e deixar o arcaico para trás. Logo, para sobreviver é preciso se adaptar.
Através do ganho de espaço e da melhora de resultados por parte das empresas que se renovam, novos modelos de gestão podem impactar positivamente, ao mesmo tempo que aquelas que não se comportam desta forma devem ficar para trás.
Mas existem princípios básicos empresariais financeiros que são atemporais para que seja possível enxergar, na prática, o quão lucrativo e rentável é um negócio, ou como fazer uma empresa tornar-se competitiva através da rentabilidade e da lucratividade. Afinal, a aplicação dos modelos de negócios precisa funcionar na prática.
Abaixo há alguns princípios que embasam uma boa gestão financeira do negócio e que permite contribuir para a sua perpetuidade:
• Capacidade de geração de fluxo de caixa: a gestão do fluxo de caixa é considerada uma atividade básica e indispensável, com intuito de gerar uma visão mais precisa sobre o momento financeiro da empresa e para projetar a sua capacidade de autofinanciamento.
É um instrumento que ajuda a prever, planejar e controlar entradas e saídas, avaliar se os recebimentos serão suficientes para cobrir os gastos, antecipar decisões quanto à falta ou à sobra de dinheiro, verificar a possibilidade de realizar promoções ou fazer investimentos, entre outras vantagens.
• EBITDA: é um indicador que ajuda a entender a capacidade de gerar lucro de uma empresa sem deduzir juros, impostos, depreciação e amortização. Quanto mais alto esse valor, maior o valor de mercado da empresa.
• Margem de contribuição: corresponde aos valores que sobram da receita total da empresa, onde são subtraídos os custos e as despesas variáveis do negócio.
Gerenciar esse indicador contribui para que os gestores sejam norteados em suas tomadas de decisões e para criação de boas estratégias quanto a precificação de seus produtos;
• Ponto de equilíbrio: indicador primordial para o gestor decidir se investe em um novo negócio. Permite que o gestor conheça em quanto tempo ele irá começar a obter um retorno do seu investimento a partir da visão de quando as despesas se igualam as receitas.
O tempo de retorno sempre irá variar de negócio para negócio e da quantidade de dinheiro dispendido para tal finalidade.
É de se ressaltar que alguns indicadores financeiros gerenciais podem variar de empresa para empresa, conforme sua aplicabilidade e relevância. Mas os indicadores acima expostos são fundamentais a todos os tipos de negócios.
Uma gestão financeira eficaz é uma parte fundamental do sucesso de qualquer empresa. É preciso sempre utilizar estratégicas e ferramentas com o objetivo de gerir e de otimizar os recursos financeiros disponíveis, independentemente de novos modelos de negócios de gestão que possam surgir. Afinal, alguns princípios dos negócios nunca mudam.