Um programa chamado “Brazilian Indtechs in Germany, BiG 2023” busca promover uma conexão entre empresas inovadoras brasileiras, chamadas “Indtechs”, ao mercado alemão, prometendo uma imersão junto aos ecossistemas de inovação do país europeu.
Com a iniciativa, empresas que desenvolvem soluções digitais e tecnológicas ligadas à “indústria 4.0”, fase da Revolução Industrial em que se almeja melhorar a eficiência e a produtividade dos processos produtivos, podem conquistar uma vaga na internacionalização.
No programa, o Findeslab, hub de inovação da indústria capixaba, que parte da iniciativa conjunta da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), embarca como co-organizador. Nas palavras da gestora de Programas de Inovação do Findeslab, Raiane Reinholz:
“O Findeslab está como co-organizador dessa chamada, que é uma iniciativa da Embaixada do Brasil em Berlim. Como Hub de inovação, é nosso papel apoiar empresas e empreendedores em todo processo de inovação, dos desafios às soluções, das ideias à internacionalização. Desta forma, temos um apoio completo às startups. Qualquer Indtech do Brasil pode se inscrever e participar“, esclareceu.
Critérios para seleção das startups
Segundo Raiane, os critérios para escolha das dez startups são:
1. Ser uma Indtech, ou seja, uma Startup ou spin off que desenvolve soluções inovadoras para a indústria;
2. Ter um CNPJ ativo e matriz no Brasil;
3. Ter um product-market-fit (ajuste do produto ao mercado) já atingido no Brasil;
4. Ter um CEO ou representante que fale inglês para participar das capacitações e da missão na Alemanha.
Quando acontece?
A chamada de Inovação Aberta Internacional vai acontecer na Alemanha, entre os dias 18 e 26 de abril. Serão nove dias de imersão total no mercado industrial alemão, com o objetivo de criar valor para as startups brasileiras e, também, para as empresas industriais alemãs.
O lançamento da chamada acontece no dia 19 de janeiro, de forma on-line, e serão selecionadas 10 Indtechs brasileiras. Durante o programa, elas poderão visitar a Hannover Messe, uma das maiores feiras mundiais de desenvolvimento da indústria, além de fazer networking mediante encontros, conexões profissionais, culturais, treinamentos e muito mais.
Segundo Reinholz, o hub está sendo o pioneiro na internacionalização de Indtechs no Brasil.
“Isso abre portas para a ampliação de ofertas de soluções inovadoras mais competitivas e robustas para atender indústrias e empresas capixabas e, também, brasileiras. Agradeço o convite e a confiança que o idealizador do BiG e CEO da Perfil Group, Claudio Goldbach, depositou no Findeslab”, ressaltou.
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Etapas
O programa será dividido em seis etapas, confira quais são:
1. Inscrição;
2. Seleção;
3. Capacitação;
4. Missão;
5. Acompanhamento;
6. Divulgação.
Inicialmente, as startups escolhidas passarão por uma trilha de capacitação, ministrada por atores do ecossistema de inovação germânico. Este será o momento para ambientar e preparar os empreendedores brasileiros para encontros rápidos com indústrias e empresas alemãs durante a missão.
Já na Alemanha, haverá visitas a hubs e centros de inovação do país, com apresentações de apresentações curtas (“pitches”) pelas Indtechs selecionadas para empresas industriais parceiras dos ambientes de inovação, rodadas de negócios, processo de estudo de concorrência (benchmarking) com o ecossistema germânico, visitas e experiências culturais locais.
Ao final, haverá o acompanhamento das startups e divulgação dos resultados e lições aprendidas.
A iniciativa
A chamada é uma iniciativa da Embaixada do Brasil em Berlim, com apoio do Programa de Diplomacia da Inovação e Goldbach Consultoria e Participações Ltda.
Além da co-organização do hub de inovação Findeslab, a iniciativa também conta com o hub alemão Next Mannheim, tendo como parceiros o Programa iNO.VC da ArcelorMittal, a Phoenix Contact, o Sebrae/ES e a Mobilização Capixaba pela Inovação/FAPES.
Para o CEO da Perfil Group e diretor da ABII, Claudio Henrique Goldbach, hoje um nômade digital, conselheiro consultivo e especialista em expansão internacional, a importância desse programa é que as empresas brasileiras de tecnologia sejam capazes de ter faturamento internacional, fazendo negócios com empresas do mundo inteiro.
“Isso tudo para que continuem sendo atraentes para seus colaboradores e talentos. Estamos em uma competição por esses talentos e é muito importante que as empresas brasileiras faturem em moeda forte, para que se mantenham competitivas. A pandemia globalizou os postos de trabalho, mas não as empresas. Nosso papel é promover condições para que nossas empresas de tecnologia se internacionalizem”, afirmou.
Para Goldbach, as empresas capixabas têm muita chance de serem selecionadas para o programa, uma vez que encontram aqui um ambiente muito propício para o desenvolvimento. “Existem clientes industriais fortes, talentos e apoio do ecossistema de inovação, sendo o Findeslab um dos principais atores”, complementou.
Também segundo Raiane Reinholz, esta é a primeira iniciativa deste modelo no Espírito Santo e é a 1° chamada de internacionalização de Indtechs brasileiras do país.
“O Estado tem indtechs com grande potencial em participar. A Lume, por exemplo, que é uma spin-off acadêmica da Ufes, e que possui soluções de Sistema robótico avançado, que conferem a veículo a capacidade de trafegar de modo totalmente autônomo, sem a necessidade de um motorista humano. Soluções como esta que podem e já estão sendo implementadas na frota interna e pátios industriais”, disse.
O programa conta ainda com apoio institucional da AHK Brasil – Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, e da ABII – Associação Brasileira de IIoT e Indústria 4.0.
Somada a essas organizações, o BiG terá um time de mentores renomados, composto por Pedro Ivo da Silva, líder de Ciência, Tecnologia e Inovação e Cooperação Técnica da Embaixada do Brasil em Berlim; Mariana Yazbeck, estrategista de Inovação, gerente e co-fundadora do FIEMGLAB 4.0; e Naiara Galliani, gerente de Inovação do FIEMT.