Economia

Projeções de crescimento do Brasil consideram respeito ao teto de gastos, diz FMI

Diretor de departamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) ressaltou que a reforma da Previdência Social é um fator-chave para levar as finanças públicas do País para um nível sustentável

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As projeções de crescimento do Brasil de 2,5% em 2019 e de 2,2% em 2020 pelo Fundo Monetário Internacional consideram que o teto de gastos federais será respeitado nestes anos, comentou Alejandro Werner, diretor do departamento de hemisfério ocidental do FMI.

“A aprovação da reforma da Previdência Social é elemento importante para o cumprimento do teto de gastos. Está implícito em nossa avaliação a reforma da Previdência ou outras mudanças que viabilizariam o teto”, afirmou o diretor do departamento de hemisfério ocidental do FMI.

Werner ressaltou que a reforma da Previdência Social é um fator-chave para levar as finanças públicas do País para um nível sustentável. “A dívida pública no Brasil é muito alta e tende a avançar nos próximos anos”, destacou.

“A administração Bolsonaro sinalizou de forma muito forte disposição para equilíbrio das finanças públicas. É bem-vinda a agenda da administração Bolsonaro para fortalecer as finanças públicas e os comentários do governo para acelerar a abertura comercial”, apontou. “Vamos observar com atenção futuros anúncios do governo sobre a reforma da Previdência.”

Segundo o diretor do FMI, a intenção do Poder Executivo de realizar uma abertura comercial pode ter impacto importante para elevar investimentos no Brasil. “Sustentabilidade fiscal e abertura comercial serão positivas para elevar potencial do PIB do país”, disse.

PIB da América Latina

O crescimento na América Latina deve acelerar de 2,0% neste ano para 2,5% em 2020 devido, em boa medida, à expansão do Brasil e recuperação da economia da Argentina, comentou Werner.

“O Brasil tem uma agenda de consolidação fiscal e abertura comercial muito importante. Os passos da implementação destas políticas vão determinar o ritmo da expansão econômica do país nos próximos anos”, destacou Werner. O FMI subiu a projeção de crescimento do Brasil para este ano, de 2,4% para 2,5%, e reduziu a estimativa para o PIB de 2020, de 2,3% para 2,2%.

Para ele, a Argentina está em processo de retomada do nível de atividade com medidas adotadas pelo governo do presidente Maurício Macri e deve apresentar melhores resultados do Produto Interno Bruto em alguns meses.

De acordo com o diretor do FMI, a instituição multilateral acompanha os últimos desdobramentos políticos na Venezuela, e manifestou que “não há sinal” de reversão da queda do PIB neste ano.

Na avaliação de Werner, a América Latina está sujeita a incertezas globais como disputas comerciais e aperto de condições financeiras. “Os mercados mundiais estão com bom desempenho neste início de 2019, mas podem se repetir movimentos de volatilidade ao longo do ano, como ocorreu em 2018”, diz o diretor.