Em época de crise econômica e de moeda nacional fraca, uma alternativa para sair da crise e aumentar o poder de compra é trabalhar no exterior. Com o câmbio desvalorizado, e o dólar ultrapassando a barreira dos R$ 4, capixabas veem no trabalho fora do país, uma chance de acumular capital e sair da crise.
O movimento de imigração é uma tendência nacional. Brasileiros têm se mostrado cada vez mais interessados em imigrar para os Estados Unidos, e outros países, em busca de novas oportunidades de trabalho e emprego.
Para quem deseja entrar nos Estados Unidos, um dos destinos mais procurados, é preciso o visto americano, que autoriza o visitante a permanecer por um tempo determinado no país. Cada visto é concedido de acordo com a natureza da viagem e alguns, no caso do Green Card, permitem até mesmo que o visitante viva como um cidadão americano.
O administrador Renato Encarnação mora na Serra e confessa que deixou a crise econômica para segundo plano. Ele e a esposa vão viajar na Austrália para estudar e trabalhar, através da agência IE Intercâmbio. A estadia, prevista para seis meses, custou cerca de R$ 100 mil. Renato conta que o processo de visto é um pouco burocrático.
“Eu já tirei o passaporte, mas o visto precisa ser tirado só três meses antes da viagem. Também preciso fazer exames de urina e sangue lá no Rio de Janeiro. Mas tudo vale a pena. Quero me especializar na minha profissão e conhecer uma nova cultura”, conta o administrador que vai pedir licença do trabalho para poder viajar.
No caso dos Estados Unidos, o tipo de visto mais solicitado é o visto de turista, que permite ao visitante conhecer o país em uma viagem de férias, por exemplo. Mas, para quem deseja morar na terra do Tio Sam, outros tipos de visto também podem ser solicitados.
Passaporte: a emissão do passaporte pode ser considerada a parte menos complicada. Primeiro, deve-se acessar o endereço eletrônico da Polícia Federal e clicar na opção “emissão de passaportes”. Basta preencher os dados pessoais e uma data é marcada para comparecimento em uma superintendência da PF para registrar as digitais e tirar fotos. Em seguida, é preciso pagar a taxa de R$ 257,25 e voltar para a sede da PF para pegar o documento. Todo o processo, porém, pode levar algumas semanas.
Visto: para o visto, também é necessário preencher os dados primeiro pela internet. Basta entrar no site do Consulado dos Estados Unidos no Brasil, preencher com dados pessoais e marcar uma entrevista. Para os capixabas, a alternativa mais próxima para entrevista é no Rio de Janeiro. Atualmente, o tempo de espera para a entrevista é de sete dias úteis. Cada solicitação de visto de turismo custa US$ 160, o equivalente a R$ 667.
Vistos de trabalho: se você tem um amigo ou conhecido que trabalha nos Estados Unidos legalmente pode pedir que o seu contato negocie com o empregador a possibilidade dele te contratar também. Assim, você poderá ir com visto de trabalho para os Estados Unidos. A solicitação deve ser feita enquanto ainda estiver no Brasil e deve ser aprovada pela imigração.
Vistos para profissionais que se destacam em sua área: os EUA importam mão de obra qualificada ou com habilidade extraordinária (visto O ou P) para área de Ciências, Artes, Educação, Negócios ou Atletismo. Para esse visto é necessário ter um empregador como patrocinador (chamado de “sponsor”). “Os vistos de trabalho têm validade de 1 a 3 anos em média, mas é possível que seja pedida uma extensão caso o empregador queira continuar com o empregado”, explica a advogada especialista em imigração, Ingrid Baracchini.
Visto para áreas específicas: segundo a advogada, há a possibilidade de adquirir um visto de trabalho chamado de B1 e que é específico para visitantes de negócios, turismo ou empregados domésticos.
Há também as opções dos vistos F-1 (estudantes acadêmicos e vocacionais) e visto H2B (trabalho temporário feito por agências que oferecem oportunidades em cruzeiros da Disney, hotéis, etc) ou o visto J1, que é para trainees ou programas de “aupair” (babá).
Fonte: Ingrid Baracchini, advogada especialista em imigração.
Espera: o tempo de espera entre a solicitação do visto e a entrevista é de dois a três dias úteis. A maior parte de quem quer tirar o visto, gasta menos de uma hora no consulado. Para o Rio de Janeiro, destino mais próximo do Espírito Santo para marcar uma entrevista, a espera é, em média, de sete dias úteis.
Quase tudo em português: as instruções, as questões do formulário DS-160 e as entrevistas de turismo estão disponíveis em português. Já o preenchimento do formulário deve ser feito em inglês.
Isenção de entrevista: solicitantes que tenham menos de 16 anos, mais de 66 anos, ou que tenham visto americano expirado há menos de quatro anos geralmente não precisam fazer entrevista.
Taxa: cada solicitação de visto de turismo custa US$ 160, o equivalente a R$ 667, incluindo a entrevista e a entrega do passaporte. É possível pagar com cartão de crédito ou por transferência bancária.
Número de concessões: segundo o Consulado, mais de 96% dos solicitantes brasileiros têm seu visto concedido.
Fonte: Consulado dos Estados Unidos da América no Brasil