A cooperativa médica Unimed Paulistana encontra-se com sérios problemas financeiros e está obrigada a transferir sua clientela para outra operadora de planos de saúde por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A carteira de clientes conta atualmente com 744 mil usuários.
Embora haja a determinação da ANS de que sejam transferidos os clientes da operadora quebrada, há informação de que não exista interesse por parte de outras operadoras de plano de saúde.
A justificativa é porque os reajustes dos planos individuais são determinados pela ANS. E a Unimed Paulistana possuiria um total de 150 mil planos nessa modalidade.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Unimed Paulistana, Marcelo Nunes, afirmou que a preferência é de que a carteira seja transferida para a Central Nacional Unimed (CNU) e Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, o que não descarta a possibilidade de transferência a outra operadora.
O presidente disse também que a rede própria de hospitais, clínicas e laboratórios da Unimed Paulistana vão continuar prestando serviços aos usuários.
Em um comunicado, a ANS explicou que para assumir a carteira da Unimed Paulistana a operadora deverá ter “situação econômico-financeira adequada e manter as condições dos contratos sem prejuízos aos consumidores. Caso não realize a alienação nesse prazo, a ANS fará uma oferta pública para que operadoras interessadas ofereçam propostas de novos contratos aos beneficiários da Unimed Paulistana”.
A crise na empresa teria começado há seis anos. No ano passado fechou o balanço com um patrimônio líquido negativo de R$ 169 milhões. Para piorar a crise, nas últimas semanas, grandes prestadores de serviços romperam com a Unimed Paulistana, caso da Rede D’Or e laboratórios Delboni Auriemo e Lavoisier.
Segundo dados publicados pelo jornal, o passivo com prestadores de serviços gira entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões e o débito tributário estaria em torno de R$ 1 bilhão, tendo sido renegociada no Refis.