Economia

Realocação de população em Belo Monte está dentro da lei, diz Norte Energia

Ministério Público Federal pediu "intervenção urgente" do governo para paralisar demolições na região e Norte Energia afirma estar cumprindo projeto

Realocação de população em Belo Monte está dentro da lei, diz Norte Energia
Concessionária diz que realocação da população atingida pelas obras da usina Foto: Divulgação

Brasília – A concessionária Norte Energia, dona da Hidrelétrica de Belo Monte, disse que a realocação da população atingida pelas obras da usina, em construção no Rio Xingu, no Pará, tem respeitado a legislação ambiental e o programa apresentado pela empresa.

A Norte Energia tem realizado a remoção de famílias na região de Altamira, por causa da necessidade de enchimento do lago da usina. Ontem, o Ministério Público Federal pediu “intervenção urgente” do governo para paralisar demolições na região, por causa de 55 constatações sobre o descumprimento das obrigações da usina e violações dos direitos dos atingidos. O relatório, ainda parcial, baseia-se em inspeção feita no início do mês nas áreas atingidas por Belo Monte. O documento com as constatações da equipe de inspeção reúne instituições do próprio governo, pesquisadores e organizações não governamentais.

“No cumprimento do Projeto Básico Ambiental da Hidrelétrica Belo Monte, a Norte Energia tem mantido o diálogo e a negociação, em respeito aos direitos dos interferidos pelo empreendimento. Assim, tem tratado o reassentamento de ribeirinhos e pescadores das ilhas do rio Xingu de acordo com a legislação, realizando as negociações com respeito às escolhas dos interferidos”, declarou a Norte Energia.

“A empresa lembra ainda que está disponível ao diálogo, e que neste caso específico, ainda nem foi ouvida pelo CDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos) ou por outras instâncias, como as que participaram dessas visitas à área agora”, informou a concessionária.

As instituições que participaram da inspeção foram o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE). O trabalho também conta com a participação de vários pesquisadores de universidades, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

O MPF aguarda, após a apresentação das constatações ao governo, uma resposta formal sobre a paralisação das remoções e sobre as providências que serão adotadas para resolver os problemas apontados.