Depois de um longo período de restrições nas atividades comerciais em virtude da pandemia de covid-19, que, embora já superado, com o mercado aberto e funcionando a todo vapor, trouxe consequências até hoje sentidas no bolso da população, é importante que quem perdeu parte da renda saiba se reinventar: e o verão pode ser um ótimo momento para isso.
Segundo pesquisa realizada pelo Opinion Box, 47% dos consumidores gastam mais no verão do que no resto do ano e, percebendo isso, muita gente está começando 2023 aproveitando a estação para ter uma renda extra.
As opções são praticamente infinitas e incluem venda de comidas e bebidas nas praias, além de programação para crianças em condomínios e colônias de férias.
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Um exemplo de até onde pode ir a criatividade foi apresentado na tarde desta quinta-feira (5), na TV Vitória, que mostrou Amanda Regina, uma mulher que ganha dinheiro extra vendendo bijouterias artesanais dentro de transporte por aplicativo.
Dica: aproveitar habilidades
Segundo o mestre em Finanças Érico Colodetti Filho, a primeira sugestão para quem quer se reinventar é explorar alguma habilidade que já tem.
“Se leva jeito na cozinha, explore isso, tente vender isso. Se não tem jeito na cozinha, mas toca um violão, é músico, explore isso. Se a pessoa sabe fazer algo e cativar o cliente, dá certo”, disse.
Outra habilidade mencionada por Colodetti é a de contar histórias. Com as férias escolares e as pessoas em casa, uma boa ideia para quem gosta de crianças é se organizar para ir aos condomínios como contador de histórias. “E dá para explorar isso o ano inteiro”, destacou ele.
Chup-chup
Deila Márcia Batista é um exemplo de quem soube recomeçar e aproveitar as oportunidades. À reportagem, contou que era representante comercial, mas que, como tem um pai doente, acabava precisando faltar ao trabalho com frequência.
“Tive que me reinventar e vender chup chup gourmet. Fui então para as ruas de Campo Grande, em Cariacica, e comecei a vender nas calçadas. No verão eu vou para as praias de Vila Velha. Além disso, no inverno também vendo alfajor para contribuir. As vendas estão indo super bem, temos bastante turistas frequentando o estado agora”, contou.
Deila contou que o novo capítulo da história mudou completamente a vida dela, que costumava trabalhar cercada de pessoas e hoje faz tudo praticamente sozinha, contando apenas com ajuda da mãe.
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“Mercadoria eu que corro para olhar preço, validade, ver o que está mais em conta, mas que não sejam produtos ruins, é claro. Para quem quer começar, digo que não precisa começar com muito dinheiro. Às vezes ouço ‘mas eu não tenho dinheiro’. Penso: vai juntando, começa com R$ 100, não precisa começar já com vários sabores. Pode iniciar com um e ir aumentando. No meu caso, os queridinhos são ninho com Nutella e morango com Nutella”, afirmou.
Oportunidade ou necessidade
Para o mestre em Finanças Érico Colodetti Filho, é possível empreender em duas situações em especial: por oportunidade (e vocação) ou pela necessidade. Se o interessado tem uma vocação, acaba explorando isso. Já se é por necessidade, acaba vendo oportunidade no mercado e indo atrás para acompanhar.
Também segundo o especialista, há muitos negócios que começam bem pequenos, porque os proprietários acreditavam que seriam momentâneos, para tapar buracos, e acabam se surpreendendo porque se transformaram em grandes empresas.
Com quanto dinheiro começar?
Para Colodetti Filho, a quantia necessária para começar a empreender pode variar muito e depende do que se pretende fazer. “Quando falamos de produto, isso demanda um pouco mais de capital de giro, porque é preciso ter o produto e/ou fabricar, e isso envolve também a compra de matéria prima. Já quando é serviço, acaba sendo mais barato, porque depende só de quem faz”, esclareceu.
No caso de quem não tem noção de negócios, é preciso ter, de acordo com o mestre em Finanças, um certo planejamento inicial.
“Se vou trabalhar com produto, preciso saber que matérias-primas vou precisar para compor. É ideal parar por um tempo, sentar, pegar um caderninho e começar a escrever as matérias-primas: açúcar, sal, embalagem, gás, espaço, formas de bolo ou o que for. Além disso, é preciso ter em mente onde serão feitas as vendas, que horas será necessário sair de casa e que horas vou voltar, quantos produtos precisam ser vendidos por dia, tudo isso para atingir um determinado faturamento”, destacou.