Um estudo encomendado pela mineradora BHP traçou os prejuízos trazidos com a interrupção das operações da Samarco desde a tragédia do rompimento da barragem de Mariana, em novembro do ano passado. Os números mostram que, se não voltar a funcionar, a mineradora perderá, somente em 2017, R$ 4,4 bilhões.
O mapeamento mostrou também o impacto econômico trazido pela paralisação da empresa no Estado: sem operar, a Samarco deixa de pagar R$ 206 milhões em impostos estaduais e outros R$ 8,5 milhões em tributos municipais por ano, que representam, respectivamente, 2% da receita tributária do Estado e 21% dos tributos arrecadados em Anchieta.
Além disso, cada mês de inatividade da Samarco representará, em média, R$ 23,5 milhões de perda total de massa de renda do Espírito Santo, o que representa 98% dos salários pagos em Anchieta. Ainda segundo o estudo, 4.111 pessoas podem ficar desempregadas no Estado caso a empresa não volte a funcionar.
Em outubro, o diretor executivo de Recursos Humanos, Sustentabilidade e Integridade Corporativa da Vale, Clovis Torres, afirmou que a retomada das operações da Samarco em meados de 2017 é viável. A empresa aguarda a concessão de uma licença ambiental que permitiria o uso de uma cava exaurida para depósito de rejeitos. É uma alternativa para a empresa voltar a operar sem a barragem.
De acordo com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) o próprio presidente Michel Temer prometeu empenho para agilizar a retomada do funcionamento da empresa.
“O presidente já conhecia sobre o assunto e entende que a Samarco tem um compromisso com as populações atingidas com o desastre de Mariana e que, para honrá-lo, precisa retomar suas atividades”, disse o presidente da Findes, Marcos Guerra, após um encontro com Temer em setembro.