O comércio exterior capixaba vive um momento de recuperação e mostra sinais de retorno ao boom de importações, como já vivido no Estado na década de 1990. De acordo com dados do Sindicato do Comércio de Importação e Exportação do Espírito Santo (Sindiex), foram US$ 9,48 bilhões em produtos importados em 2022, aumento de 45,4% em relação a 2021.
De acordo com Sidemar Acosta, presidente da entidade, estão se destacando nas importações capixabas produtos como aeronaves e automóveis. Somente em 2022, foram US$ 1,71 bilhão em veículos importados pelos portos capixabas, colocando o Estado entre os maiores importadores do país. Na pauta das aeronaves, foram US$ 909 milhões e o Espírito Santo se destaca como o maior importador do Brasil.
“O cenário está cada vez mais favorável para atração e instalação de novas empresas no Estado, graças ao envolvimento das entidades, o esforço dos empresários, uma ótima gestão fiscal e excelentes benefícios. Além disso, o Espírito Santo está em uma localização privilegiada, a um raio de mil quilômetros dos principais centros consumidores do país”, pontuou Acosta.
Quais são as expectativas para este ano? Temos um cenário favorável para seguir com a trajetória de crescimento nas atividades de comércio exterior no Espírito Santo?
Graças ao envolvimento das entidades, o esforço dos empresários, uma ótima gestão fiscal e excelentes benefícios, o Espírito Santo tem um cenário cada vez mais favorável para atração e instalação de novas empresas. Além disso, o Estado está em uma localização privilegiada, a um raio de mil quilômetros dos principais centros consumidores do país. Os projetos estão saindo do papel, na área portuária e logística, e tudo isso contribui para que continuemos crescendo e firmando o Espírito Santo como referência para o ambiente de negócios e investimentos no país. Tenho certeza que teremos não apenas um 2023 próspero, mas os próximos anos serão de muito crescimento para a economia capixaba e as empresas que se instalarem no Estado.
Uma conquista recente do setor e da economia do Espírito Santo foi a prorrogação dos incentivos fiscais até 2032. Qual é a importância dessa medida para a manutenção e atração de novos investimentos ao setor?
A aprovação da Lei 186/2021, que prorroga os benefícios fiscais até 2032, trouxe um reforço ao setor de comércio exterior, atacadista e distribuidor do Espírito Santo, traçando uma perspectiva de mais de 10 anos para o desenvolvimento da nossa infraestrutura logística. A prorrogação garante competitividade, ajuda a preservar empregos e contribui diretamente para a manutenção das atividades das empresas ligadas ao comércio atacadista, setor portuário e aeroportuário – como é o caso de muitas associadas ao Sindiex.
Sem sombra de dúvida, essa lei contribuirá muito para a estabilidade das empresas, para a geração de emprego e novos investimentos. Com esse prazo estendido, tenho certeza que inúmeras empresas irão rever seus planejamentos e se sentirão mais seguras em realizar novos projetos. Devemos lembrar que essa década passa rápido e terá um importante significado para a economia capixaba. Temos que continuar trabalhando para manter nosso segmento em alta. Temos conhecimento, temos empresas com décadas de atuação e também reconhecimento internacional.
Quais produtos tem se destacado na pauta importadora do Espírito Santo?
Estão se destacando nas importações capixabas produtos como aeronaves, máquinas/equipamentos e automóveis. Somente em 2022, foram US$ 1,71 bilhão em veículos importados pelos portos capixabas, colocando o Estado entre os maiores importadores do país. Na pauta das aeronaves, foram US$ 909 milhões e o Espírito Santo se destaca como o maior importador do Brasil. Esse boom também vem com destaque para as máquinas e equipamentos, a carga geral, que hoje está gerando um volume significativo de contêiner para o Estado.
Como o Sindiex tem atuado? Como avalia este primeiro ano de gestão na entidade?
Conseguimos desenvolver projetos importantes para o comércio exterior capixaba ao longo de 2022. Ampliamos os debates internos, através dos nossos comitês técnicos especializados e divididos por áreas, revisamos nosso estatuto e estivemos presentes, de forma atuante, nas pautas mais relevantes para o segmento, como a manutenção das operações de aeronaves, o movimento dos auditores fiscais e a regionalização dos comandos da Alfândega.
Os comitês técnicos do Sindiex, criados em 2021 e ampliados em 2022, abrangem seis áreas: logística, Mapa/Anvisa, Receita Federal, tributária, aeronaves e institucional (em âmbito nacional). Dessa forma, a conseguimos entregar um trabalho ainda mais direcionado em prol dos associados e das empresas do comércio exterior capixaba. Cada comitê técnico tem três coordenadores, escolhidos por sua familiaridade com os temas.
E quais os planos da entidade para 2023?
O Sindiex trabalha em algumas pautas para este ano, como ações para ampliação do relacionamento institucional a nível nacional, participação efetiva na viabilização de novos projetos portuários e ações para ampliação do número de associados. Além disso, estamos trabalhando na execução do nosso planejamento estratégico, iniciado ainda em 2022, e no projeto e-Trânsito: uma plataforma de monitoramento de cargas em trânsito para o controle de operações aduaneiras, com o objetivo de agilizar o fluxo de cargas, simplificar a rotina, racionalizar os recursos humanos e melhorar o controle fiscal.
Como o Espírito Santo pode ser ainda mais protagonista?
Investir no Espírito Santo é investir em um Estado próspero e financeiramente organizado. Temos excelentes benefícios fiscais para as empresas interessadas em se instalar no Estado, a exemplo do Fundap, Compete e Invest-ES. Além disso, estamos em uma localização privilegiada, a um raio de mil quilômetros dos principais centros consumidores do país.
Temos ainda excelentes projetos estão saindo do papel, na área portuária e logística, a exemplo do Porto de Imetame, em Aracruz; os investimentos no TVV-Login; e a própria desestatização do Porto de Vitória. O setor de logística e armazenagem também segue em franco crescimento no Estado, que conta, atualmente, com 3 milhões de metros quadrados de armazéns construídos, mas tem capacidade para crescer ainda mais. E tudo isso contribui para que continuemos crescendo e firmando o Espírito Santo como referência para o ambiente de negócios e investimentos no país.
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