O Folha Vitória ganhará mais um nome de peso. Rodrigo Pimenta, empresário, investidor e CEO da AdsYeah!, vai estrear no próximo dia 29.10 (terça-feira) o “Empreendedorismo Digital”, um blog onde vai contar um pouco da sua experiência no mercado e dar dicas para quem está investindo ou quer abrir o próprio negócio.
Em 1999, Rodrigo Pimenta estava à frente de uma das maiores agências de publicidade do Brasil, como diretor de criação da McCann, quando deixou o cargo para empreender e montou sua própria agência de publicidade e marketing, colocando-a entre uma das maiores agências regionais do País. Em 2013, já proprietário de três empresas, inclusive na área de corporação imobiliária e de conteúdo (todas ainda operando no Brasil), Rodrigo Pimenta decidiu sair do Brasil para tirar do papel sua nova ideia de negócios: democratizar a publicidade de qualidade entre micros, pequenos e médios empresários.
Ao observar o mercado publicitário, Rodrigo percebeu que existia um grande vácuo que não unia as pequenas e micro empresas aos seus clientes e consumidores através dos veículos de comunicação. Isso porque pequenos empreendimentos, por terem menos recursos, enfrentavam dificuldades em divulgar suas marcas, como pizzarias e restaurantes, por exemplo.
“A ideia era criar uma plataforma onde o próprio empreendedor pudesse escolher modelos de anúncios e divulgar a própria marca, fazer promoções e conseguir levar esses anúncios até os grandes veículos de circulação com um custo bem menor. O projeto era levar a publicidade a quem tinha receio de investir na área ou de colocar os pés em uma agência”, conta Pimenta.
E a ideia deu resultados. O AdsYeah! a cada dia ganha mais espaço no mercado português e, hoje, está dentro do Centro Tecnológico da Universidade do Porto (Uptec), uma referência nacional que abriga as maiores startups de Portugal.
Folha Vitória: o que o levou a sair do Brasil para começar um novo negócio?
Rodrigo Pimenta: Comecei a pensar nesta plataforma, oferecendo modelos de anúncios de boa qualidade para um mercado de pequenos e médios comerciantes, mas tive dificuldade em desenvolver ela no Brasil. Não existia mão de obra suficiente para tirar isso do papel. Fui para San Francisco, nos Estados Unidos, e para Braga, em Portugal. Acabei optando por ficar em Portugal. Na época fiquei triste, pois era um investimento que poderia ter sido feito no Brasil, mas, por falta de investimento na Educação brasileira, sem mão de obra qualificada, acabei investindo esses recursos em Portugal, onde fui muito bem recebido.
Como surgiu a ideia de deixar suas empresas no Brasil e apostar em um novo negócio?
Percebi que as agências de publicidade estavam muito presas às grandes empresas, que possuíam todo um planejamento de marketing, com verbas de publicidade previstas em seus orçamentos, e não aproveitavam o potencial dos pequenos negócios. Queria montar algo feito sob demanda para esses pequenos comerciantes, que eles pudessem escolher o veículo onde queriam anunciar, o modelo do anúncio e o período de veiculação – tudo em um mesmo sistema. A ideia deu certo. Conseguimos produzir e concretizar o projeto, ainda na programação, aqui em Portugal, e hoje já planejamos nos inserir na Inglaterra e no Brasil, sem perder o foco em consolidar o que construímos aqui.
Uma pesquisa do IBGE mostra que entre os novos empreendedores brasileiros, 60% fecham antes de completar cinco anos. Como reverter essa taxa de mortalidade de empresas no Brasil?
Uma das principais dificuldades do empreendedor é a dificuldade de comunicar seu produto com os clientes. A chave do negócio é atrair os seus clientes. A Adsyeah! é uma tentativa de ser uma ponte entre o comerciante, seus clientes e os veículos de circulação onde ele quer expor sua marca.
O senhor subiu ao palco do Web Summit em Portugal, um dos maiores eventos de tecnologia da Europa. Qual é a importância de um evento como esse?
Já subi ao palco do Web Summit duas vezes, em Portugal, representando o seleto grupo das startups portuguesas, ao lado do primeiro ministro e do presidente da Câmara. Agora em 2019 é o meu quarto Web Summit. São palestras de grandes nomes do mercado, mas, para mim, o mais importante é o evento reunir, durante uma semana, 70 mil pessoas interessadas em fazer negócios e com grandes ideias. O Web Summit cria um ecossistema das empresas tecnológicas e é entendido como uma plataforma analógica. É esse conteúdo, essa inovação, esse empreendedorismo e as novas visões que quero dividir com o público do Folha Vitória.