Economia

Tarifas de Trump sobre aço e alumínio devem entrar em vigor a partir de 12 de março

As tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre importações de aço e alumínio devem entrar em vigor a partir de 12 de março para todos os países, incluindo o Brasil. A informação vem das ordens executivas detalhadas divulgadas pela Casa Branca.

As medidas devem afetar diretamente o Espírito Santo, já que mais de 63% das exportações de aço do Estado são para os Estados Unidos. Veja o quadro abaixo:

Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), em 2024 o Espírito Santo exportou US$ 1.802.012.458 (R$ 10.397.611.882,66) de ferro fundido, ferro e aço. Nesse ano, apenas Minas Gerais e Rio de Janeiro exportaram mais US$ 4.417.547.370 (R$ 25.489.248.324,9) e US$ 2.333.967.110 (R$ 13.466.990.224,7), respectivamente.

O total que entidades capixabas exportaram no ano passado representou mais de 15% do total do país, que somou US$ 11.908.089.794 (R$ 68.709.678.111,38) no período. A Sefaz avalia que também é importante analisar quanto dos produtos classificados em ferro fundido, ferro e aço são exportados do Brasil pelo nosso Estado.

“Assim, do montante dos produtos exportados pelo Brasil em 2024, US$ 3.130.877.347 ( R$ 18.065.162.292,19) saíram do país pelos portos do Espírito Santo. Desses, US$ 1.592.861.288 (R$ 9.190.809.631,76) tiveram como destino os Estados Unidos”, diz nota da Sefaz.

Na sequência, como maiores importadores de ferro fundido, ferro e aço exportados por empresas estabelecidas no Espírito Santo, aparecem Canadá (US$ 236.475.182), México (US$ 79.959.521) e Alemanha (US$ 55.709.067).

Oportunidades de aço

Mas o que parece um problema, num primeiro momento, pode se transformar em oportunidade num segundo momento. É assim que avalia o Sindicato de Comércio de Importação e Exportação do Estado (Sindiex).

“Esse cenário de mudanças nas relações internacionais oferecem novas possibilidades para diversificação de mercados e expansão do comércio exterior. Acreditamos que, com diálogo e parcerias estratégicas, vamos avançar ainda mais, aproveitando, além da nossa posição geográfica privilegiada, a infraestrutura crescente para alcançar novos destinos e consolidar o Estado como um player importante no comércio internacional”.

Justificativa americana

Sobre o aço, Trump destacou a necessidade de encerrar acordos especiais com diversos países que facilitavam a entrada em território americano de metais importados de lugares com “capacidade excessiva de produção”, especialmente da China. Entre eles, o republicano cita o Brasil, a Argentina e o México.

A decisão também revogou a isenção sobre o aço produzido na Ucrânia. “Na minha visão, os acordos com esses países falharam em prover meios de contribuição de longo prazo para a segurança nacional” dos EUA, disse o presidente americano, em nota.

As tarifas sobre o aço incluem a revogação de acordos preexistentes com a Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, países da União Europeia (UE), Japão, México, Coreia do Sul e Reino Unido. Já as tarifas sobre o alumínio revogam acordos anteriores com Argentina, Austrália, Canadá, México, países da UE e Reino Unido.

Assim, as tarifas de 25% serão válidas para todos os países que exportam aço e alumínio para os EUA, com exceção da Rússia, sobre a qual permanecem termos especiais de tarifação devido à guerra contra a Ucrânia.