Economia

Taxa de desemprego entre jovens brasileiros chega aos 26,6%

Uma dica valiosa para os universitários e recém-formados que buscam emprego é o bom e velho network

Foto: Divulgação

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, apontam que o desemprego atinge 12,6 milhões de brasileiros. Os jovens, mesmo aqueles com diploma universitário, ajudam a engrossar esses números.

O levantamento mostra que a taxa de desemprego entre os jovens com idades entre 18 e 24 anos é mais que o dobro da taxa da população brasileira em geral. Enquanto a taxa geral ficou em 12,4% no segundo trimestre, entre os jovens esse percentual salta para 26,6%.

Quem faz parte dessa estatística é Daniela Ora Santos, de 30 anos, que fez faculdade de tecnologia e marketing em uma universidade particular de São Paulo. No entanto, mesmo com o diploma na mão, ela continua à procura de um emprego em sua área.

“Trabalhei em um salão de beleza por 5 anos. Comecei como recepcionista e depois passei a cuidar das redes sociais e mídias digitais, mas percebi que ali não havia espaço paracrescer profissionalmente”, conta. “Decidi largar o emprego para tentar algo na minha área, mas faz meses que estou procurando e está muito difícil”, acrescenta.

Enquanto procura um emprego formal, Daniela faz alguns trabalhos pontuais de casa. “Minha maior dificuldade é que não tenho experiência na minha área, mas como terei se não consigo uma oportunidade?”, questiona.

Para Fernando Gaiofatto, gerente de Catho Educação, o alto número de jovens que estão desempregados tem um motivo: a “retração do mercado e um aumento do número de pessoas formadas na graduação nos últimos anos”. Ele explica que, com menos vagas disponíveis, as empresas priorizam contratar profissionais que tenham mais experiência e que sejam mais qualificadas. “Esse cenário atinge em cheio os recém-formados e aqueles sem qualificação”, explica.

Wilma Dal Col, diretora do ManpowerGroup, orienta que os jovens universitários devem aproveitar as experiências acadêmicas para mostrar suas competências. “É um exercício trabalhoso, mas ao mesmo tempo simples: os jovens devem pensar em três situações bem-sucedidas, avaliar como aquele trabalho ou projeto foi realizado, quais lições tirou dali”, diz.

Esse processo também ajuda o recém-formado a descobrir suas habilidades e confere mais segurança para uma entrevista. “Não adianta sair cadastrando o currículo em todos os lugares. É preciso se planejar, elencar as competências, avaliar as áreas com mais oportunidades e quais empresas se adequam melhor ao perfil. Dessa forma, o jovem irá mais seguro para uma entrevista”.

Outra dica valiosa para os universitários e recém-formados que buscam emprego é o bom e velho network. Frequentar fóruns, conhecer pessoas da área, estabelecer um relacionamento próximo, não apenas nas redes sociais. “Importante destacar que as empresas buscam profissionais que saibam se relacionar e que sejam flexíveis”, conclui.

*Com informações do portal R7