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Taxa Selic: como a alta dos juros impacta o seu bolso

Com a Selic mais alta, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos aumentam. Para quem investe em renda fixa, os juros altos podem ser mais vantajosos

Aumento da Selic exige cuidado redobrado com as contas. Crédito: Divulgação
Aumento da Selic exige cuidado redobrado com as contas. Crédito: Divulgação

Frederico Elias Muniz, assessor de investimentos

Você deve ter notado ultimamente a alta dos preços dos alimentos e demais itens do orçamento doméstico. No supermercado, na padaria e até mesmo na conta de luz, a inflação se tornou uma companhia indesejada no dia a dia dos brasileiros. Esse fenômeno, que nada mais é do que o aumento generalizado dos preços, preocupa não só as famílias, mas também o Banco Central, órgão responsável por manter a economia sob controle. E é nesse cenário que entra a política monetária.

O Papel da Política Monetária

Para conter a inflação e tentar estabilizar os preços, o Banco Central utiliza a política monetária, ajustando a taxa básica de juros da economia, conhecida como Selic. Na reunião dessa quarta feira, 29/01, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 12,25% para 13,25%. Essa decisão tem como objetivo desestimular o consumo e os empréstimos, tornando o crédito mais caro e, assim, reduzindo a pressão sobre os preços. Mas como isso afeta o seu bolso?

Impacto no Crédito

Com a Selic mais alta, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos aumentam. Isso significa que, para aqueles que buscam crédito para adquirir bens ou mesmo equilibrar o orçamento, as condições se tornam mais desafiadoras. Além disso, produtos financeiros como o cartão de crédito e o cheque especial, que já possuem taxas elevadas, ficam ainda mais caros. Portanto, é recomendável evitar ao máximo o uso desses recursos para não comprometer ainda mais o orçamento doméstico.

Efeitos nos Investimentos

Para quem investe em renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs ou Tesouro Direto, o aumento da Selic pode ser vantajoso, já que esses produtos passam a oferecer retornos mais atrativos. No entanto, a poupança, mesmo com o aumento recente da Selic, não altera significativamente sua atratividade e continua sendo uma opção menos recomendada para quem busca maximizar seus rendimentos.

Por outro lado, ativos de renda variável como fundos imobiliários e ações podem continuar sofrendo no curto prazo devido ao ambiente de juros altos, que geralmente desincentiva investimentos de maior risco. Entretanto, para aqueles que têm um horizonte de investimento de médio a longo prazo, existem boas oportunidades no mercado. Empresas com fundamentos sólidos e setores promissores podem se valorizar significativamente, oferecendo retornos interessantes para investidores pacientes.

Alternativas e Estratégias

Neste cenário desafiador, é essencial buscar alternativas para proteger seu orçamento. Uma opção interessante para quem planeja adquirir bens, mas quer evitar os altos juros, é o consórcio, que não envolve juros, apenas uma taxa de administração. Para quem já possui dívidas, renegociar as condições pode ser uma boa saída para obter termos mais favoráveis. Além disso, aproveitar para aprimorar seus conhecimentos em educação financeira pode ajudar a tomar decisões mais informadas e seguras.

Frederico Elias Muniz é assessor de investimentos. Crédito: Divulgação

A alta da Selic traz tanto desafios quanto oportunidades. Para navegar por esse cenário econômico complexo, é crucial estar atento às suas finanças e adaptar suas estratégias de crédito e investimento. No entanto, essas decisões podem ser desafiadoras sem o devido conhecimento ou experiência. Por isso, é altamente recomendável buscar o aconselhamento de um especialista financeiro credenciado. Um profissional pode oferecer insights valiosos e personalizados, ajudando você a proteger seu patrimônio e maximizar as oportunidades no mercado.